Rússia, refugiados e Brexit dominam agenda do G7
27 de maio de 2016Os líderes do G7, grupo que reúne as principais economias do mundo, se comprometeram nesta sexta-feira (27/05) a estimular o crescimento econômico global em declaração conjunta assinada na cúpula de dois dias realizada no Japão.
Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e Japão também expressaram preocupação com a situação política na Coreia do Norte e na Rússia, as disputas marítimo-territoriais de Pequim no mar do Sul da China e uma possível saída britânica da União Europeia (UE). Os países também se comprometerem a aumentar a ajuda para conter a crise migratória.
Os dirigentes do grupo prometeram usar "todas as ferramentas políticas" para impulsionar a demanda e aliviar as restrições de oferta. "O crescimento global permanece moderado e abaixo do potencial, enquanto os riscos de fraco crescimento persistem", diz o comunicado. "O crescimento global é a nossa prioridade urgente."
"Há um risco de a economia mundial cair em crise se as respostas políticas adequadas não forem feitas", disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao fim da cúpula na cidade japonesa de Ise-Shima.
Confira os principais pontos da declaração conjunta do G7:
Brexit: Os líderes do G7 avaliam que uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia pode inverter a tendência de crescimento do comércio global. O referendo sobre a permanência do país no bloco está marcado para 23 de junho. "A saída do Reino Unido da União Europeia iria inverter a tendência de aumento do comércio e investimento global e os empregos que estes geram, representando um grave risco para o crescimento", diz a declaração.
Crise migratória: O grupo reconhece que a crise migratória é um problema global. "O G7 reconhece que os movimentos de migrantes e de refugiados em grande escala representam um desafio global que requer uma resposta global", diz a declaração. Nesta quinta, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu promessas financeiras mais elevadas para o atendimento de refugiados. O G7 prometeu oferecer mais ajuda e encorajou instituições financeiras internacionais e doadores a incrementarem a assistência.
Coreia do Norte: Os líderes do G7 condenaram o teste nuclear feito pelo regime de Kim Jong-un, em janeiro, e o posterior lançamento de mísseis balísticos. Segundo o grupo, as ações "representam uma grave ameaça para a paz e a segurança internacional". No comunicado, eles pedem que a Coreia do Norte não leve adiante "mais ações provocadoras ou desestabilizadoras" e instou pela "plena aplicação" das sanções adotadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Rússia: O G7 condenou novamente a anexação da Crimeia ao território russo e reiterou a importância da soberania da Ucrânia. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, defendeu a manutenção das sanções impostas à Rússia por causa do conflito no leste da Ucrânia. O país foi expulso do antigo G8 em 2014.
Terrorismo:Os sete países também adotaram um plano de ação de combate ao terrorismo, que inclui o aumento da troca de informações dos serviços secretos e da cooperação na área da segurança nas fronteiras.
KG/lusa/rtr