Sanções internacionais ao Irã são suspensas
16 de janeiro de 2016As sanções ao Irã foram extintas neste sábado (16/01) com a entrada em vigor do acordo nuclear firmado entre Teerã e potências mundiais em julho de 2015.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada às Nações Unidas, o Irã cumpriu todas as exigências do acordo firmado com o chamado Grupo 5+1, composto por Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China e Alemanha. Com o fim das proibições impostas ao país, 100 bilhões de dólares em ativos iranianos no exterior serão descongelados de forma automática.
"Como o Irã cumpriu com as suas obrigações, hoje, as sanções econômicas e financeiras relacionadas ao programa nuclear iraniano estão suspensas", declarou em Viena a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Moguerini.
Os técnicos da AIEA, que investigaram o programa nuclear iraniano durante mais de 12 anos, asseguraram que as exigências foram atendidas. "As relações entre o Irã e a AIEA entram numa nova fase", afirmou o diretor-geral da agência da ONU, Yukuiya Amano.
O secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro do Exterior do Irã, Mohammad Javad Zarif, mantiveram conversas na tarde deste sábado antes do anúncio. "O mundo está agora mais seguro, porque a ameaça de armas nucleares foi reduzida", disse Kerry. O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou que a implementação do acordo é uma "vitória gloriosa" para o Irã, que se mostrou uma "nação paciente".
O acordo assinado em Viena no ano passado tem como objetivo impedir que o Irã desenvolva uma bomba atômica e mantenha um programa nuclear voltado para fins pacíficos. Ele prevê o fim das sanções econômicas ao Irã em troca de restrições às atividades atômicas do país. Segundo o tratado, Teerã se compromete a reduzir e limitar as capacidades nucleares durante um período que vai de 10 a 15 anos.
Neste sábado, o Irã e os EUA anunciaram um acordo de troca de prisioneiros. O jornalista irano-americano Jason Rezaian, correspondente do jornal Washington Post em Teerã, e outros três prisioneiros – Saeed Abedini, Amir Hekmati e Nosratollah Khosravi – ganharam a liberdade em troca da liberação de sete iranianos presos nos Estados Unidos. Rezaian, detido em julho de 2014, tinha sido condenado em novembro do ano passado por espionagem.
KG/rtr/ap/dpa