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Schröder defende processo de reformas

Marcel Fürstenau / sm18 de agosto de 2004

Chanceler federal avisa que implementará a impopular reforma do mercado de trabalho sem nenhuma alteração e critica "aliança de impedimento" da oposição conservadora e neocomunista.

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Gerhard Schröder faz balanço da política do governoFoto: AP

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, fez um balanço da política de reformas de seu governo e esboçou perspectivas para os próximos meses. A entrevista coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (18/08), em Berlim, ocorreu exatamente no momento em que as críticas internas de social-democratas e verdes contra a política da coalizão atingem o ápice. E no momento em que a onda de protestos contra as reformas já não se limita mais ao Leste do país, já tendo atingido importantes centros urbanos no Oeste.

Proteste gegen Schröder in Brandenburg
Protestos populares no Estado de Brandemburgo contra a reforma do mercado de trabalhoFoto: AP

"Aliança de impedimento" — Schröder mostrou compreensão para com as manifestações populares, lembrando que isso faz parte de qualquer processo democrático. O comportamento dos democratas-cristãos (CDU) e dos neocomunistas (PDS), no entanto, foi condenado com rigor pelo chanceler federal, sobretudo porque seus respectivos partidos também participaram da aprovação das leis de reforma. Apesar dos protestos, Schröder reiterou que a reforma do mercado de trabalho Hartz IV será implementada sem nenhuma alteração.

Petróleo sem drama

— No âmbito econômico, o chanceler federal advertiu a respeito da tendência de exagerar o significado da alta do petróleo. "Não devemos dramatizar", declarou ele, lembrando que ainda não se percebem efeitos negativos sobre a conjuntura mundial, e que a Alemanha já está mostrando sinais nítidos de recuperação econômica.

Assento permanente no Conselho da ONU

— O ponto central de política externa tocado por Schröder foi o interesse da Alemanha em se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Para isso, seria fundamental promover uma reforma das Nações Unidas, observou ele: "Já insistimos diversas vezes na importância da representação da América do Sul, da África e de outros Estados asiáticos no Conselho. E neste contexto também deixamos claro que, após uma mudança neste sentido, a Alemanha exige ser aceita como membro permanente. Mas isso só poderá ser realizado quando as medidas de reforma levarem a uma ampliação do Conselho".

Presente no mundo árabe

— Schröder destacou ainda a formação de policiais iraquianos como uma importante contribuição da política de segurança e de relações exteriores de Berlim. A Alemanha também pretende participar do recrutamento de um Exército, em cooperação com os Emirados Árabes. No entanto, somente fora do Iraque, ressaltou ele. Outra meta da Alemanha seria integrar a Líbia na comunidade internacional, a razão central de sua visita ao país ainda este ano.

Sem soldados americanos

— Quanto à retirada das tropas norte-americanas da Alemanha, Schröder fez questão de assinalar que a intenção de Washington não foi motivada pela recusa alemã de participar da guerra no Iraque. O chanceler federal reiterou a importância de se tomarem providências para compensar as perdas econômicas que possam ser causadas pela retirada do contingente de soldados americanos do país. Ao mesmo tempo, Schröder advertiu que a União não financiará a reestruturação econômica das áreas afetadas: "Isso é coisa dos estados."