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Schröder anuncia bilhão ecológico para o Terceiro Mundo

(sv)2 de setembro de 2002

Chefe de governo alemão promete, em visita relâmpago à Rio+10, destinar um bilhão de euros a projetos baseados em energias renováveis nos países em desenvolvimento.

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Gerhard Schroeder discursa durante a conferência de JohanesburgoFoto: AP

Dos parcos cinco minutos destinados ao discurso do chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em Johanesburgo, um foi destinado a anunciar os propósitos da Alemanha de dar início a parcerias com países do Terceiro Mundo. Segundo Schröder, o governo de seu país deverá investir um bilhão de euros nos próximos cinco anos em projetos baseados em energias renováveis nos países em desenvolvimento.

Realidade amarga -

Schröder, que foi o primeiro chefe de governo da União Européia a falar durante a Conferência, apelou à comunidade internacional para um combate decisivo à destruição do meio ambiente, tendo chamado as mudanças climáticas de "realidade amarga". O premiê alemão citou como exemplo as enchentes dos últimos dias no país, reivindicando posições imediatas dos responsáveis por danos ao meio ambiente em todo o mundo.

Schröder ressaltou ainda a necessidade de os EUA e a Rússia ratificarem o Protocolo de Kyoto. O documento, firmado no Japão em 1997, obriga os países desenvolvidos a reduzir as emissões de dióxido de carbono em 5,2% até o ano de 2012, em relação aos valores registrados em 1990. O chefe de governo alemão anunciou ainda o propósito da Alemanha de organizar uma conferência internacional sobre formas de energia alternativas.

A Alemanha, assim como os outros países da União Européia, defendem que o uso de energias renováveis até o ano de 2010 deverá atingir os 15%. Os EUA e os países membros da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) rejeitam com veemência a sugestão. "Com o uso eficiente de energia e a expansão maciça do setor de energias renováveis, nós teremos apontado os caminhos do futuro", afirmou Schröder.

Subsídios agrícolas -

A delegação alemã deverá levar uma derrota para casa: a redução dos subsídios agrícolas, sugestão apoiada também pelos países em desenvolvimento, que não foi aceita em Johanesburgo. Schröder defendeu em seu discurso, apesar da derrota da proposta, a necessidade de facilitar, desta forma, o acesso de países do Terceiro Mundo ao mercado internacional. Além dos EUA, países da UE como França, Espanha e Irlanda se opuseram à a proposta de redução dos subsídios agrícolas.

Schröder revidou as acusações de que teria utilizado sua rápida visita de oito horas a Johanesburgo apenas como forma de propaganda eleitoral. Segundo o premiê, sua presença durante a conferência foi a forma escolhida de acentuar o peso dos temas ali discutidos, como o combate à pobreza e a proteção do meio ambiente.