Schröder defende programa de reformas
25 de março de 2004Anúncio
O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, fez um balanço positivo do programa de reformas Agenda 2010, um ano após o lançamento do pacote. Entre sinais de êxito das reformas, Schröder destacou o aumento das exportações, a estabilização do índice de desemprego e o prognóstico de que a economia alemã voltará a crescer em 2004, após três anos de estagnação.
Um outro Estado social
- Apesar de admitir que a Agenda 2010 cometeu "erros em detalhes", Schröder argumentou que as reformas prepararam a Alemanha para o futuro. Quanto aos cortes sociais, que desencadearam grande resistência por parte dos correligionários social-democratas, Schröder apresentou-se - em sua declaração de governo - como mediador entre as tendências de "uma liberalização desenfreada do mercado" e de "um Estado social antiquado".Permanente nas Nações Unidas
- Pela primeira vez o chanceler federal confirmou perante o Parlamento a disposição da Alemanha em se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. A Alemanha estaria disposta a enfrentar este desafio, a fim de "contribuir de forma decisiva para a manutenção da paz e da segurança internacional".Sem soldados na defesa interna
- Quanto à proposta democrata-cristã de atribuir funções policiais às Forças Armadas e integrar soldados em possíveis operações de segurança interna, Schröder reiterou sua recusa, ressaltando que o exército não deverá ser usado como polícia de apoio. Para ele, a segurança interna é de competência exclusiva da polícia e do serviço de proteção de fronteiras. Quanto à defesa antiaérea, o governo já tem um projeto de lei para aprimorar o esquema vigente.Fora do Iraque
- Schröder também voltou a rejeitar a participação da Alemanha em qualquer operação militar no Iraque. Todavia, Berlim continua tendo um interesse vital na estabilização da região em conflito e pretende continuar participando ativamente na formação de policiais iraquianos.Sem subsídio à casa própria
- Quanto a novas estratégias de disponibilização de verbas, Schröder propôs a extinção do incentivo estatal para aquisição de casa própria. A medida liberaria quase cinco bilhões de euros por ano. Dirigindo-se à oposição, contrária a esta medida, Schröder argumentou que esta contribuição teve um importante papel histórico, mas hoje já seria obsoleta. Afinal, a Alemanha não tem mais déficit de moradia e a população está diminuindo, lembrou Schröder. Ele considera mais urgente investir tais recursos no incentivo a inovações e na criação de empregos.Ouro pela educação
- Apesar das restrições da oposição, Schröder apoiou a proposta do Banco Central de criar um fundo para a educação com os recursos obtidos a partir da venda das reservas de ouro alemãs. Os peritos de orçamento da oposição exigem que isso seja destinado a saldar as dívidas públicas.Oposição reclama
- A presidente da União Democrata-Cristã (CDU), Angela Merkel, fez a Schröder o desafio retórico de abandonar a Chancelaria Federal. "Esta seria a melhor solução para a Alemanha", declarou a líder da maior bancada oposicionista no Bundestag. A "segunda melhor solução" seria aceitar a ajuda da oposição, acrescentou ela, oferecendo o apoio de seu partido na elaboração das grandes reformas.Anúncio