Schröder encerra viagem à Ásia e segue para Moscou
2 de novembro de 2001O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, finalizou sua viagem à Ásia com "um balanço positivo". Entre os principais resultados, está a participação confirmada do Paquistão, Índia e China na aliança internacional antiterror, segundo informou a assessoria do governo.
A visita de Gerhard Schröder à China foi marcada pelas relações comerciais entre os dois países. "Nós depositamos uma confiança enorme no mercado chinês, em sua dinâmica e em toda a sociedade", afirmou o chefe de governo alemão na presença do primeiro-ministro chinês, Zhu Rongji. A Alemanha é o principal parceiro econômico da China na Europa. Segundo informações oficiais, empresas alemãs investiram até hoje 15 bilhões de marcos em 2.300 projetos espalhados pela China.
Visita a Putin - De Xangai, Schröder partiu hoje para Moscou, onde encontra-se com o presidente russo Vladimir Putin. Os dois chefes de governo devem debater as próximas medidas a serem tomadas pela aliança internacional no combate ao terrorismo e a situação dos refugiados de guerra na região. Em entrevista à TV alemã, Schröder afirmou que deve discutir com Putin os destinos do governo do Afeganistão na era pós-talibã. Durante o encontro, Schröder deve informar ainda Putin sobre os resultados de sua viagem à Ásia, onde "por todos os lados foi encontrada disponibilidade de participação na coalizão antiterror", declarou o chefe de governo alemão.
Críticas - A repercussão política negativa da visita de Schröder, acusado por organizações de defesa dos direitos humanos de não ter tratado do assunto com o governo chinês, "não perturbou" o chefe de governo alemão, em suas próprias palavras. Segundo ele, o diálogo entre os países deve trazer resultados nesse sentido a médio prazo. "Rituais e ensinamentos não levam a nada", comentou Schröder.
Representantes exilados de minorias étnicas e religiosas na China fizeram severas críticas ao chanceler alemão. Schröder foi acusado de manter uma postura retraída em relação à política de Pequim frente aos movimentos separatistas no noroeste do país. "Ele silenciou em consideração aos negócios de empresas alemãs na China", denunciou Dilxat Rexit, porta-voz na Europa da organização dos turcomanos do leste.
Separatistas - Em conversas com Schröder, o presidente chinês Jiang Zemin o primeiro-ministro Zhu Rongji afirmaram que o combate aos separatistas uygures na região de Xinjiang devem ser consideradas como parte dos esforços internacionais na luta contra o terrorismo. Segundo informaram assessores do governo alemão, Schröder não teria participado dessa discussão.
A república do Turcomenistão do Leste existiu praticamente como Estado independente até a tomada do poder pelos comunistas em 1949. A região autônoma, habitada por maioria muçulmana, foi anexada em 1955 à República Popular da China. Separatistas uygures lutam desde então pela independência, tendo sido acusados de serem os responsáveis por vários atentados a bomba em 1997. Representantes de organizações de defesa dos direitos humanos acentuam que Pequim não diferencia entre movimentos separatistas e grupos terroristas.