Schröder promete 17 bilhões de euros para carvão
11 de novembro de 2003A União e os estados onde estão situadas as minas de carvão contribuirão com 15,87 bilhões de euros, anunciou o chanceler federal Gerhard Schröder nesta terça-feira (11/11/2003), durante o Congresso Alemão do Carvão, em Essen. O restante – 1,13 bilhão de euros – será financiado pela empresa RAG.
A quantidade extraída de carvão, atualmente 26,3 milhões de toneladas, será reduzida para 16 milhões de toneladas até 2012. A indústria de carvão emprega atualmente 44 mil pessoas em dez complexos mineiros. Em 2012 haverá apenas 20 mil trabalhadores.
A restruturação da RAG
Toda a atividade carvoeira alemã para a produção de energia está vinculada à DSK (Deutsche Steinkohle AG), uma das quatro subsidiárias da empresa RAG (Ruhrkohle AG), com sede em Essen.
Fundada em 1969, a RAG tem passado por um processo radical de reformulação. Ao lado do carvão, a empresa expandiu-se nos setores da química, imóveis e informática.
O carvão representa apenas 20% do faturamento do global da RAG (13 bilhões de euros em 2003), mas é responsável pela metade dos funcionários. Em 2004, a RAG vai assumir o controle da Degussa, fabricante de produtos químicos especiais, e a nova subsidiária se tornará a mais importante do grupo.
O futuro da energia elétrica na Alemanha
O carvão é a principal fonte de energia elétrica alemã e continuará sendo ainda por alguns anos, conforme reiterou o chanceler Schröder. Entretanto, as energias renováveis desempenharão um papel cada vez mais importante, a fim de que a Alemanha cumpra sua parte nos acordos de proteção ao clima.
O projeto energético do governo é movido sobretudo por objetivos políticos, criticou o professor Dieter Schmitt. Isto porque, nos próximos anos, a indústria do carvão terá de arcar com custos adicionais que não podem ser previstos atualmente. O principal fator de custos será comércio de emissões poluentes, a ser introduzido na União Européia a partir de 2005.
O governo justifica os subsídios à indústria do carvão como forma de assegurar o suprimento de energia elétrica. Mas para isto bastaria importar carvão do exterior, que é muito mais barato, dizem os peritos.
Segundo eles, o que está por trás dos subsídios é a política de fomentar estruturas regionais – como por exemplo a região da Ruhr, tradicional produtora de carvão – e a manutenção do know-how alemão em tecnologia mineira.