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Schröder se aproxima da posição de Bush

ef25 de setembro de 2003

Encerrada a crise por causa do Iraque, chanceler federal alemão aproxima-se da posição do presidente Bush sobre a soberania iraquiana. Schröder admitiu que os EUA podem permanecer no Iraque por mais tempo.

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Schröder relata seu encontro com Bush ao ParlamentoFoto: AP

De volta de Nova York, o chefe de governo da Alemanha, Gerhard Schröder, foi direto do aeroporto para o Parlamento em Berlim, na manhã desta quinta-feira (25/9), apresentar o seu relatório sobre o encontro de reconciliação com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ocorrido na véspera, durante a Assembléia Geral da ONU.

Schröder manifestou otimismo com um possível consenso no Conselho de Segurança na ONU sobre uma nova resolução para o Iraque. Neste sentido, os dois adversários no grêmio máximo da ONU – EUA e França - concordaram em relação à meta de uma devolução da soberania a instituições iraquianas, revelou Schröder no debate que precedeu a leitura do relatório.

Divergências restantes

- O nó da questão continua sendo o prazo para a concretização dos planos, bem como datas para elaboração de um projeto de Constituição e realização de eleições. Para desatar o nó, Bush e Schröder incumbiram, respectivamente, o secretário de Estado americano, Colin Powell, e o ministro alemão das Relações Exteriores, Joshka Fischer. A Alemanha e seu grande aliado, França, querem que as forças de ocupação anglo-americanas devolvam a soberania iraquiana o mais rápido possível.

Schröder e Bush conversaram na última quarta-feira (24/9) pela primeira vez desde o início da crise há um ano e quatro meses. No mesmo dia, Schröder se converteu no primeiro chefe de governo alemão a discursar no plenário da Assembléia Geral da ONU, depois do igualmente social-democrata Willy Brandt 30 anos atrás, que falou ao plenário das Nações Unidas quando a Alemanha passou a integrar a organização.

Mais flexibilidade

- No debate parlamentar, o governante alemão confirmou sua posição conjunta com o presidente francês, Jacques Chirac, favorável a um fim da ocupação anglo-americana no Iraque o mais breve possível. "É necessário um cronograma realista e um processo pragmático", cobrou ele, admitindo a seguir que a devolução da soberania iraquiana tem de ser separada da autonomia administrativa. Com isto, Schröder indicou uma posição alemã mais flexível frente à liderança dos Estados Unidos no Iraque.

Crítica ao pacifismo

- A oposição conservadora alemã, que bateu duro na conduta pacifista da coalizão de governo social-democrata e verde na guerra do Iraque, saudou o fim da crise nas relações teuto-americanas. Mas a presidente do maior partido de oposição democrata-cristão (CDU), Angela Merkel, exigiu que a Alemanha atenda as exigências de ajuda financeira e militar dos EUA no Iraque.

"Em princípio não podemos nos furtar de toda responsabilidade" exortou Merkel, ponderando a seguir que "naturalmente têm de ser consideradas as capacidades financeiras e militares da Alemanha". O país enfrenta uma grave crise econômica e suas Forças Armadas estão sobrecarregadas com missões no exterior, sobretudo no combate ao terrorismo internacional.

Mundo mais inseguro

- Apesar das pazes entre Washington e Berlim, o perito do Partido Verde, governista, Ludger Volmer, acusou o presidente Bush de tornar o mundo ainda mais inseguro com a sua política de guerras preventivas.

O presidente do Partido Liberal, Guido Westerwelle, advertiu para a formação de um eixo entre Berlim, Paris e Moscou, em alusão ao alinhamento dos três na questão do Iraque. "Quem pensa que pode unir a Europa criando uma potência adversária dos EUA só vai conseguir dividir o continente", afirmou. Schröder discutiu a situação do pós-guerra com os presidentes francês Jacques Chirac e o russo Vladimir Putin, em Nova York, na quinta-feira (25/9), logo após seu reencontro com Bush.