Schumacher atrás do oitavo título
4 de março de 2005Depois de quase cinco meses de pausa, o circo da Fórmula 1 recomeça com o GP da Austrália, em Melbourne, neste domingo, e terminará com a 19ª prova, em outubro. De alemães, a temporada terá três pilotos (Michael e Ralf Schumacher, além de Nick Heidfeld), dois motores (BMW e Mercedes) e duas provas dentro do país (GP da Europa, em Nürburgring, e GP da Alemanha, em Hockenheim).
Quase todos os alemães (93%) acreditam no octacampeonato de Michael Schumacher, 36 anos, mas o próprio piloto é cauteloso: "A concorrência aprendeu dos seus erros. Vamos sofrer nas duas primeiras provas", profetiza o atual campeão, "mas a temporada será longa e tenho certeza de que usaremos a estratégia certa e com o carro novo estaremos bem na frente. Claro que quero ganhar também desta vez, mas sei que será mais difícil que nos anos anteriores".
Ferrari nova só em maio
Segundo Schumacher, no passado também foram criadas regras "contra a Ferrari", mas elas não conseguiram frear a escuderia italiana. "Os melhores reagem mais rápido e conseguem se adaptar. As novas regras não irão nos brecar", diz o confiante campeão. O piloto alemão terá de correr os primeiros quatro GPs do ano numa versão melhorada do carro do ano passado, pois seu F2005 só deve ficar pronto para o GP da Espanha, em 8 de maio.
Novas regras introduzidas pela Federação Internacional de Automobilismo pretendem tornar a Fórmula 1 mais barata e mais emocionante. As principais alterações no regulamento são:
- duas sessões de treino para o grid: a soma dos tempos de sábado e domingo irá determinar as posições de largada
- o piloto dispõe só de dois jogos do mesmo tipo de pneu para a classificação e a corrida
- os motores terão de resistir a duas corridas
- aumento no aerofólio dianteiro para diminuir a aderência ao chão, deixando o carro mais lento
O heptacampeão vê na Renault e na McLaren-Mercedes seus principais concorrentes: "Eles irão dificultar minha vida, pois já agora são bastante fortes. Sei que algum dia nossa série de vitórias terá fim e haverá alguém mais rápido do que eu. Tenho que me acostumar com isso".
Segundo uma pesquisa de opinião feita na Alemanha, os principais rivais de Michael Schumacher são o finlandês Kimmi Räikkonen (McLaren-Mercedes) – para 24% dos entrevistados, seguido de perto pelo irmão, Ralf (novo na Toyota, cuja escuderia tem sede na cidade alemã de Colônia) e pelo colega de equipe, Rubens Barrichello (ambos com 23% dos votos), e pelo colombiano Juan Pablo Montoya (novo na McLaren-Mercedes), com 21%.
Por obrigação, Schumacher não dirigiria
Michael Schumacher não se permite emoções quando está no cockpit, temendo cometer erros. "A cada dia renovo minha alegria em dirigir. Se eu tivesse que dirigir por obrigação, minha carreira teria fim. Eu amo meu esporte e curto cada minuto no carro de corrida", declarou o piloto em entrevista à agência de notícias esportivas SID.
Questionado se a temporada não será longa demais, com o número inédito de 19 provas, o alemão respondeu: "São muitas corridas, mas para mim não são demais. Antes, a gente ia direto para os testes depois das provas, mas hoje temos menos tempo. Por isso, haverá mais corridas e menos testes. E, cá para nós, as corridas dão maior prazer..."
Aos 36 anos, este talento indiscutível do automobilismo não quer falar em parar. Seu contrato milionário com a Ferrari termina no final da temporada de 2006 e no momento ele só se preocupa com a temporada que está iniciando. "Não posso dizer se vou renovar mais uma vez o contrato, que ainda dura quase dois anos. Estou na confortável situação de poder decidir livremente o que quero."