Secretário-geral da ONU vai a Gaza tentar cessar-fogo
19 de julho de 2014Há 12 dias o grupo fundamentalista palestino Hamas e Israel se enfrentam na Faixa de Gaza. Para tentar promover um cessar-fogo, o secretário-geral das ONU, Ban Ki-moon, viajou neste sábado (19/07) para região. A meta é ajudar israelenses e palestinos "a acabar com a violência e a encontrar um caminho a seguir", declarou o subsecretário-geral de assuntos políticos da organização, Jeffrey Feltman.
A decisão da viagem foi tomada após Israel intensificar a ofensiva terrestre no território ocupado pelos palestinos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou que os militares se preparem para uma "ampliação significativa das atividades em terra". Ele ressaltou que a ofensiva terrestre é necessária para acabar com túneis usados pelo Hamas para chegar à Israel. Ao mesmo tempo, admitiu que não há a garantia total de sucesso.
O chefe do Exército israelense, Benny Gantz, confirmou a expansão das operações em terra, alertando que "haverá momentos de dificuldade". Os militares anunciaram ter matado um militante palestino num túnel no sul de Israel, mas vários outros conseguiram retornar a Gaza. Segundo suas próprias informações, nas últimas 24 horas o Exército tomou 13 túneis secretos que levavam em direção a Israel.
Conflito segue intenso
Após um dia relativamente tranquilo na Faixa de Gaza, os bombardeios e ataques aéreos se intensificaram na noite sexta-feira. O confronto já fez mais de 330 mortos, sendo a grande maioria civis palestinos, e apenas três israelenses. Mais de 2.200 palestinos estão feridos.
O volume de refugiados também é grande. Segundo a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), 44 escolas foram abertas para abrigar os palestinos que abandonaram suas casas. Somente no sábado, mais de 50 mil procuraram refúgio nesses locais. "O número de refugiados continua a subir e mais do que duplicou nas últimas 36 horas", informou um porta-voz da organização.
O presidente americano, Barack Obama, declarou estar muito preocupado com o risco de uma escalada de violência e com a morte de mais inocentes. Os Estados Unidos apoiam o direito de defesa dos israelenses, mas pediram que Israel reduza a mortalidade de civis no conflito.
CN/dpa/rtr/afp