Colônia sedia encontro
23 de agosto de 2008Intensificar a parceria econômica entre Brasil e Alemanha é o objetivo do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que acontece na cidade alemã de Colônia de 24 a 26 de agosto. O tradicional evento anual ganha destaque este ano devido aos bons números da economia brasileira, como o crescimento econômico acima de 5% e o aumento das exportações e das importações, e é visto pela administração de cidade alemã como uma oportunidade de se apresentar aos empresários brasileiros.
"É uma honra e ao mesmo tempo uma oportunidade de nos apresentarmos como um excepcional pólo econômico", afirma o prefeito de Colônia, Fritz Schramma. Para ele, a cidade pode ser uma opção atraente e competitiva sob o aspecto dos custos para empresas brasileiras que desejam iniciar suas atividades na Alemanha ou na Europa.
Já a vice-prefeita Angela Spizig defende que os alemães devem voltar os olhos também para o mercado brasileiro, e não apenas para a China e a Índia. "Precisamos de uma ofensiva direcionada ao Brasil", afirma. A Alemanha tem uma tradicional presença no Brasil. Em torno de um quinto da produção industrial brasileira sai de fábricas alemãs, e São Paulo é considerado o maior centro industrial alemão fora da Alemanha.
Brasil vive bom momento
"Para nós, o país do futuro já é presente", assegura o presidente da Felix Böttcher, Franz Georg Heggemann, que define o Brasil como um mercado em crescimento altamente atraente para investidores alemães. A Felix Böttcher, que tem sede mundial em Colônia e produz rolos para a indústria gráfica, está no Brasil há cerca de dez anos e emprega em torno de 30 pessoas em São Paulo.
"Vamos continuar investindo ao longo do ano e expandir ainda mais nossas atividades lá", afirma Heggemann. Ele diz que a empresa está sendo beneficiada pelo bom momento econômico brasileiro. "Número de empregados, negócios e faturamento praticamente dobraram nos últimos anos", comemora.
Outra empresa da região de Colônia presente no Brasil é a Schmidt+Clemens, de Lindlar. O diretor executivo Jan Schmidt-Krayser destaca a localização estratégica de São Paulo, o que ele afirma ter sido decisivo para a empresa se instalar no estado. "Para nós, estar perto dos clientes é estar perto geograficamente", afirmou. A Schmidt+Clemens do Brasil emprega 75 pessoas e é especializada na produção de complexos componentes para a indústria petroquímica.
Perto de Frankfurt e Bruxelas
Colônia abriga a central na Alemanha da empresa metalúrgica brasileira Tramontina. Segundo o gerente Rogério Finger, a cidade apresenta inúmeras vantagens. "Várias empresas de logística estão presentes aqui, as vias de transporte são constantemente ampliadas, as zonas industriais são modernas e muitas centrais de compras relevantes no nosso setor têm sede em Colônia ou na região", avalia.
A localização de Colônia, distante apenas uma hora de trem de Frankfurt e próxima de Bruxelas, foi um importante motivo para a fabricante de motores elétricos WEG, de Santa Catarina, optar pela região para instalar sua central alemã, em 1995. Hoje, mais de 60 pessoas trabalham nas instalações da empresa brasileira na cidade alemã de Frechen.
Segundo um porta-voz da WEG, a pequena distância para importantes fornecedores pesou na hora de optar pela região de Colônia. A WEG participará do Encontro Econômico Brasil-Alemanha e espera alargar seu leque de parceiros.
Boas perspectivas
Colônia é também conhecida como um importante centro de feiras dos mais diversos setores. Em média, 250 expositores e cerca de 3 mil pessoas vêm todos os anos do Brasil para participar das feiras organizadas no bairro de Deutz. Segundo o presidente da Koelnmesse, Gerald Böse, o Brasil é o mais importante parceiro da empresa na América Latina.
"Os setores mais importantes para os brasileiros são alimentação, mobiliário e ferramentas. Nas feiras de Colônia eles não encontram apenas parceiros alemães, mas todo o mercado mundial", avalia Böse.
Na avaliação do embaixador do Brasil na Alemanha, Luiz Felipe de Seixas Corrêa, o Encontro Econômico Brasil-Alemanha oferece boas perspectivas para diversos setores, entre eles o de máquinas e equipamentos e as indústrias automotiva, eletrônica, química e farmacêutica. Para Seixas Corrêa, também merecem destaque as áreas de energias limpas, mobilidade e de infra-estrutura.