Seguradoras alemãs na mira do crime organizado
31 de maio de 2003A Confederação das Seguradoras Alemãs (GDV) constatou, em estudo recente, que o número de fraudes diminuiu, mas que o crime organizado está cada vez ativo no ramo de seguros.
Diga-se de passagem, na Alemanha há seguro para tudo. A começar pelo seguro pessoal contra danos a terceiros e o seguro residencial, que cobre por exemplo roubos, incêndios e acidentes nos lares. Estes dois seguros são praticamente indispensáveis para o cidadão alemão.
Mais da metade dos alemães (59%) admitem que já enganaram seu seguro residencial, declarando valores mais elevados que os prejuízos reais; 8% confessam que provocaram danos propositais e 19% inventaram danos para receber a indenização do seguro.
Crime organizado
Todos esses casos descritos acima pertencem à categoria dos chamados menores. Mas o que está mesmo dando dor de cabeça às companhias de seguro são as fraudes cometidas por quadrilhas profissionais, e que estão aumentando.
Por exemplo, as fraudes relativas ao seguro hospitalar. Por cada dia que o paciente passa no hospital, ele recebe uma indenização. Houve casos de acidentes simulados, em que as quadrilhas quebraram os ossos de crianças e mulheres antes de colocá-las dentro do carro.
Um problema sério são os roubos de automóveis. As quadrilhas especializadas conseguem driblar os sistemas mais sofisticados de segurança, como a trava eletrônica da ignição.
O golpe do roubo
Com a abertura das fronteiras européias, tornou-se fácil roubar um carro na Alemanha e vendê-lo, por exemplo, na Polônia ou na Ucrânia. Thomas Staubach, da GDV, explica como funciona:
"O cara vê um anúncio no jornal, procura o dono do carro e lhe oferece 10% do preço. O carro some, o proprietário declara como se fosse roubado e recupera o dinheiro do seguro." Atualmente, a metade dos carros declarados como roubados na Alemanha não é encontrada.
Os roubos de caminhões são outro problema. As companhias de seguro recomendam medidas preventivas, como a monitoração por GPS (Sistema de Posicionamento Global) e a formação de comboios quando se viaja a regiões de risco, como a Itália e o Leste da Europa.