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Senado confirma 1ª mulher negra na Suprema Corte dos EUA

7 de abril de 2022

Com o voto de todos os senadores democratas e de três republicanos, a juíza Ketanji Brown Jackson será a primeira negra a ocupar uma cadeira na mais alta instância judicial do país em 232 anos de história.

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Foto de Jackson sorrindo
Desde o ano passado, Jackson é juíza da Corte de Apelações do Distrito de ColumbiaFoto: Jacquelyn Martin/AP Photo/picture alliance

O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira (07/04) a juíza Ketanji Brown Jackson, de 51 anos, como magistrada da Suprema Corte, tornando-a a primeira mulher negra a ocupar o cargo na mais alta instância judicial do país em 232 anos de história.

O resultado marca, também, uma vitória pessoal e política para o presidente americano, Joe Biden, que a indicou para o cargo e havia prometido durante a campanha eleitoral de 2020 que, se ganhasse, nomearia uma mulher afro-americana para o Supremo.

"Demos mais um passo para fazer com que nosso mais alto tribunal reflita a diversidade da América", escreveu Biden no Twitter.

Jackson foi confirmada em uma votação histórica, por 53 votos a favor e 47 contra,  resultado que foi aplaudido de pé por grande parte dos membros do Senado americano. Todos os 50 senadores democratas votaram a favor, além de três republicanos - Susan Collins, Lisa Murkowski e Mitt Romney.

Antes da votação final confirmar Jackson para o cargo vitalício, o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, elogiou a natureza histórica da votação e o impacto que terá no país.

"Este é um dia maravilhoso, um dia alegre e um dia inspirador, para o Senado, para o Supremo Tribunal e para os Estados Unidos da América. Hoje estamos aqui para votar para confirmar a juíza Ketanji Brown Jackson como a 116ª juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos", disse Schumer antes da contagem dos votos.

Já o presidente da sessão, o senador negro Cory Booker, fez um discurso emocionado. Ele criticou os republicanos que tentaram colocar obstáculos para barrar Jackson.

"Ninguém vai roubar a minha alegria", declarou Booker.

Jackson sentada atrás de uma mesa, em meio a outras pessoas
Pela primeira vez, Corte terá quatro mulheresFoto: Mandel Ngan/AP Photo/picture alliance

Elogios à carreira 

Desde o ano passado, Jackson é juíza da Corte de Apelações do Distrito de Columbia. Vários especialistas jurídicos têm elogiado a carreira da juíza, com um grupo de advogados de alto escalão expressando que a magistrada tem uma reputação "excelente", competência "excepcional" e que está bem qualificada a ocupar uma cadeira no Supremo dos EUA.

Apesar da confirmação, Jackson só tomará posse quando o juiz Stephen Breyer se aposentar, o que deverá acontecer entre junho e julho deste ano.

A Suprema Corte, a mais alta instância judicial americana, é convocada regularmente a decidir sobre temas ideologicamente muito sensíveis no país, como aborto, pena de morte, casamento homossexual e porte de armas de fogo.

Das 115 pessoas que já serviram na Suprema Corte desde a sua fundação, em 1789, todos, exceto três, eram brancos.

Apenas dois negros, ambos homens, foram indicados para o tribunal: Clarence Thomas, nomeado em 1991 e ainda servindo, e Thurgood Marshall, que se aposentou em 1991 e morreu em 1993.

A atual juíza Sonia Sotomayor é a única de origem hispânica na história. Jackson se tornará a sexta mulher a ocupar um cargo na Corte e, pela primeira vez, entre os nove membros da Corte, quatro juízas servirão juntas.

le (Lusa, EFE, AFP, Reuters)