Senado dos EUA aprova publicação de relatório sobre torturas da CIA
4 de abril de 2014A comissão de inteligência do Senado dos EUA aprovou a publicação de partes do seu relatório de investigação sobre os métodos de tortura da CIA. Por 11 votos a 3, os senadores votaram nesta quinta-feira (03/04) a favor de que um resumo de cerca de 500 páginas do relatório, incluindo conclusões e recomendações seja enviado à Casa Branca. A presidente da comissão, a senadora democrata Dianne Feinstein, disse que o relatório contém "resultados chocantes".
Com isso, a senadora, de 80 anos, poderá encaminhar o resumo do relatório de 6.300 páginas ao presidente dos EUA, Barack Obama, juntamente com um pedido de publicação. Feinstein afirmou que o relatório mostra uma brutalidade que está em total contradição com os valores da nação, acrescentando que o estudo documenta uma mancha na história do país que, segundo ela, não pode se repetir. De acordo com a democrata, mais de uma centena de prisioneiros foram submetidos a interrogatórios extremamente brutais.
A Casa Branca saudou a iniciativa, afirmando que o presidente Obama acabou com os "duros métodos de interrogatório" na luta contra o terrorismo após sua posse, em 2009, e que ele quer se empenhar para que o documento seja logo publicado.
Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os EUA criaram, no governo do presidente George W. Bush, um sistema global para interrogar suspeitos de militantes da rede terrorista Al Qaeda. Os suspeitos eram sequestrados, detidos sem ordem judicial em locais secretos fora dos EUA e interrogados com métodos brutais. Entre outros, os agentes usavam o chamado waterboarding, no qual os presos são afogados em tanques ou baldes.
O jornal Washington Post já havia informado há alguns dias que a CIA teria ocultado durante anos do governo dos EUA e do público seus controversos métodos de interrogatório, encobrindo detalhes da brutalidade das práticas secretas e exagerando sobre significado dos resultados obtidos.
MD/afp/dpa