Senado lembra Reforma Protestante
30 de outubro de 2017O Senado celebrou os 500 anos da Reforma Protestante em sessão especial realizada nesta segunda-feira (30/10). O movimento iniciado em 31 de outubro de 1517, quando o monge agostiniano Martinho Lutero divulgou as 95 teses com que criticava a conduta da Igreja Católica. Segundo a lenda, elas teriam sido afixadas na porta da igreja de Wittemberg, na Alemanha.
Martinho Lutero, o monge que revolucionou o mundo
Durante a solenidade, religiosos e senadores enfatizaram a luta de Lutero pela educação e a igualdade. "Lutero foi um visionário porque, há 500 anos, ele defendia que a mudança da sociedade viria a partir da educação", disse a senadora Ana Amélia (PP-RS), segundo a Agência Senado.
O pastor Dalcido Gaulke, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), lembrou que uma das grandes contribuições de Lutero foi a defesa da livre interpretação da Bíblia, até então restrita a membros do clero. "O grande legado é a palavra de Deus e a alfabetização para que homens e mulheres pudessem ler a sagrada escritura", afirmou.
O pedido de realização da sessão foi dos senadores José Medeiros (Pode-MT) e Paulo Bauer (PSDB-SC), além de outros 11 senadores. Segundo eles, a atitude de Lutero deu início a um movimento que transformou, desde então, a forma de pensar de grande parcela da sociedade. "A Reforma sugeria um novo posicionamento do homem diante de si mesmo e do mundo", disse Medeiros durante a sessão.
Segundo o secretário-executivo do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, reverendo Juarez Marcondes Filho, o termo protestante era usado originalmente de forma pejorativa, mas logo ganhou outra conotação. "Protestante é um nome que muito nos honra. Ser protestante é atestar a favor de alguma coisa. O protestantismo nasce com objetivo de atestar a favor da verdade, a favor da palavra de Deus, contrariando o pensamento da Igreja Católica, que à época havia se afastado da verdade", disse Marcondes Filho.
Há cerca de 1 milhão de luteranos no Brasil. Os estados com maior concentração são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Rondônia e Paraná. As duas principais igrejas são a IECLB, com origens alemãs, e a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), com origem em missões oriundas dos Estados Unidos.
AS/asn/ots