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Separatistas ignoram cessar-fogo unilateral da Ucrânia

21 de junho de 2014

Militares de Kiev afirmam terem sido atacados por rebeldes. Moscou critica cessar-fogo e coloca tropas em alerta máximo. EUA, Alemanha e França elogiam iniciativa ucraniana por plano de paz.

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Foto: picture-alliance/dpa

Poucas horas após o início do cessar-fogo unilateral anunciado pelo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, Kiev afirmou neste sábado (21/06) que os separatistas pró-Rússia continuam a atacar as tropas do governo no leste do país.

Segundo guardas da fronteira, três soldados ficaram feridos em um ataque durante a noite na região de Donestk. O comunicado do governo afirmou ainda que as tropas ucranianas precisaram abrir fogo contra os rebeldes para se defender dos ataques. O cessar-fogo era o primeiro passo de um plano de paz anunciado por Poroshenko.

Um dia após ter confirmado o envio de reforço militar para a fronteira com a Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, colocou em alerta máximo as tropas estacionadas desde a região do rio Volga até os montes Urais.

"De acordo com a ordem, as tropas da região militar central, bem como as formações e unidades militares, estão em alerta total de combate", afirmou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, à agência russa de notícias Interfax.

As tropas foram colocadas em alerta depois de Putin ter ordenado exercícios militares a partir deste sábado até 28 de junho. Esse período corresponde exatamente à duração do cessar-fogo anunciado pelos ucranianos.

Queda de braço

Mais de 65 mil soldados, 180 aviões, 60 helicópteros e 5 mil unidades de equipamento militar participarão da ação, afirmou o chefe do Estado-Maior do exército russo, Valeri Gerasimov.

Moscou criticou o cessar-fogo unilateral imposto por Kiev, alegando que essa decisão foi tomada sem que os rebeldes fossem convidados para negociações.

Na sexta-feira, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente francês, François Hollande, concordaram em impor sanções mais duras à Rússia se prosseguir o impasse na crise ucraniana.

"Os três concordaram que, se a Rússia não der passos imediatos e concretos para diminuir a tensão no leste da Ucrânia, os Estados Unidos e a União Europeia coordenarão medidas adicionais para impor sanções à Rússia", informa o comunicado de Washington.

Os líderes ocidentais pedem que Putin retire as tropas que estão na fronteira com a Ucrânia e tente convencer os separatistas a terminar o conflito. Os três chefes de governo também elogiaram Poroshenko pelo plano de paz e pelo cessar-fogo.

CN/dpa/afp/lusa/ap