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Terrorismo

Serviço secreto da Tunísia prevê retorno de jihadistas

25 de dezembro de 2016

Comunicado aponta perigo de "combatentes estrangeiros" voltarem ao país africano treinados no uso de armamento bélico de ponta. Serviços secretos veem perigo de Tunísia se transformar em "nova Somália".

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Forças de segurança da Tunísia promovem caça a presumíveis terroristas
Forças de segurança da Tunísia promovem caça a presumíveis terroristasFoto: picture alliance/AA/A. Landoulsi

Órgãos de segurança tunisianos advertem contra um retorno em massa de jihadistas ao país, agora de forma especialmente ameaçadora, pois também dominariam equipamento de guerra altamente desenvolvido. Se o governo não combater esses elementos radicalizados com "medidas excepcionais", a Tunísia corre perigo de se transformar numa "nova Somália", afirma um comunicado divulgado neste domingo (25/12).

Representantes dos serviços secretos relatam que diversos jihadistas tunisianos receberam treinamento militar em operações no Iraque, Síria ou Líbia, onde aprenderam a manusear armamento bélico de ponta. Caso se integrem a "células dormentes" na Tunísia, "o círculo do terrorismo vai se ampliar".

O Ministério do Interior em Túnis registra que pelos menos 800 jihadistas já retornaram ao país. Entre as "medidas excepcionais" para coibir a ação dos repatriados, os serviços de segurança sugerem a retirada da cidadania. Segundo estimativas de um grupo de trabalho da Organização das Nações Unidas, mais de 5 mil tunisianos estariam lutando em grupos extremistas, sobretudo no Iraque e na Síria.

Depois da morte de Amri

Neste sábado, cerca de 1.500 cidadãos protestaram diante do Parlamento em Túnis contra um retorno dos "combatentes estrangeiros". A manifestação foi convocada por várias ONGs, reagindo à declaração do presidente Béji Caid Essebsi de que não seria possível as autoridades impedirem o reingresso dos jihadistas.

Presume-se que o tunisiano Anis Amri, de 23 anos, seja o autor do atentado no centro de Berlim, em 19 de dezembro. Na ocasião, um caminhão se lançou contra uma feira natalina, matando 12 pessoas e ferindo pelo menos outras 53. Procurado por toda a Europa, ele foi morto a tiros quatro dias mais tarde por um policial em Milão.

Diversos indícios confirmam a ligação de Amri com a milícia terrorista "Estado Islâmico" (EI). Após a morte do extremista, diversos outros presumíveis jihadistas foram presos na Tunísia. O Ministério do Interior informa que na periferia da capital Túnis foi desmantelado um grupo "perigoso", encarregado de recrutar combatentes e enviá-los para o exterior. Os detidos contam entre 25 e 40 anos de idade.

AV/afp,dpa