Setor de TI anuncia onda de demissões
22 de abril de 2002A fabricante de celulares sueca Ericsson puxou o freio de mão. Depois de contabilizar um prejuízo de 403 milhões de euros no primeiro trimestre de 2002, a empresa anunciou, nesta segunda-feira (22), o corte de 20 mil dos atuais 85 mil empregos oferecidos em todo o mundo. A metade das demissões ocorrerão na Suécia. Além disso, o grupo pretende buscar 30 bilhões de coroas (€ 3,26 bilhões) junto a seus acionistas.
Nos três primeiros meses deste ano, a Ericsson teve prejuízo operacional de 5,4 bilhões de coroas (€ 589 milhões). Os analistas haviam previsto um prejuízo de 4,9 bilhões de coroas. O faturamento de 37 bilhões de coroas também foi inferior ao esperado e as encomendas caíram 40%.
Ações caem - Ao confirmar as perspectivas mais pessimistas para o mercado de telefonia móvel em 2002, a Ericsson provocou um abalo nas bolsas de valores da Europa. Suas ações chegaram a cair mais de 25% na Bolsa de Estocolmo. Somente neste ano, os títulos da empresa já caíram 51%, após terem perdido quase metade de seu valor em 2001.
A empresa já perdeu € 174 bilhões de seu valor de mercado desde o auge do setor em março de 2000. No ano passado, ela já cortou 22 mil empregos e aliou-se à Sony na fabricação de aparelhos portáteis.
Efeito dominó - O balanço negativo da Ericsson também provocou uma queda dos títulos de empresas rivais, como as da finlandesa Nokia e das alemãs Siemens e Telekom.
Com o corte de 20 mil empregos e outras reestruturações, a fabricante de celulares sueca espera voltar à lucratividade em 2003. Na Alemanha, a Ericsson tem 2450 empregados, dos quais 1600 atuam no centro de pesquisa Eurolab, em Aachen. A empresa não quis informar se os alemães serão atingidos pelos cortes.
Demissões na Siemens e Nortel
Duas outras empresas do ramo, no entanto, também planejam demissões. Segundo informações da revista Focus (a Época da Alemanha), a Siemens pretende cortar mais cinco mil empregos no setor de tecnologia de redes fixas (ICN), 95% deles no exterior. Anteriormente, a empresa havia anunciado a demissão de 10 mil dos 53 mil funcionários do ICN.
Já a Nortel canadense anunciou o corte de 400 dos 1200 empregos na Alemanha. As filiais de Frankfurt, Friedrichshafen e Munique, no entanto, serão mantidas. A empresa quer reduzir o número de funcionários em todo o mundo de 47 mil para 44 mil.