Smartphones, tablets e Ultra HD dominam feira de eletrônicos de Las Vegas
8 de janeiro de 2013Os organizadores da Computer Electronic Show (CES), na cidade norte-americana de Las Vegas, consideram a feira tão estabelecida que passaram a chamá-la apenas por CES. A feira de Las Vegas pode não ser a mais famosa do mundo, mas, com uma área de exposição recorde de mais de 170 mil metros quadrados, já supera a feira de tecnologia de Berlim, a IFA.
Na edição deste ano, que começa nesta terça-feira (08/01), cerca de 3 mil expositores pretendem atrair 150 mil visitantes. Em torno de 20 mil novidades foram anunciadas para a CES e ela promete ser, mais uma vez, uma feira dos superlativos, mesmo que grandes nomes, como Google, Amazon ou Microsoft, não estejam presentes neste ano. Outra gigante da informática, a Apple, nunca participou do evento.
Por muitos anos a Microsoft foi a principal atração da feira e era comum que executivos da empresa fizessem o discurso de abertura. "Depois de 15 anos de Microsoft, acho que muitas pessoas ficaram entediadas", comenta o jornalista Volker Zota, editor-chefe da revista alemã c't.
Além disso, a fabricante de softwares nunca foi a melhor representante para uma feira de produtos eletrônicos, opina Zota. Ela também não teria futuras novidades para anunciar, já que recentemente lançou o sistema operacional Windows 8. Apesar da ausência da Microsoft, tablets e notebooks que rodam o novo sistema operacional da empresa estarão visíveis em todos os cantos da feira.
Tablets em alta
Desta vez, o discurso de abertura ficou por conta de Paul Jacobs, presidente da fabricante de microchips Qualcomm, sediada na Califórnia. A empresa não é tão conhecida como a Intel ou a Microsoft, mas representa claramente a mudança radical vivida pelo setor: a Qualcomm é a líder no fornecimento de chips para smartphones e tablets. A empresa se beneficiou do sucesso desses produtos e se transformou em uma das queridinhas do mercado de ações.
Os tablets e os smartphones vão ser mais uma vez as estrelas em Las Vegas. Os tablets se tornaram mais rápidos e, principalmente, mais baratos, destaca Zota, pois cada vez mais aparelhos de um número maior de fabricantes são oferecidos. "A onda não para."
E apesar dos smartphones serem, na realidade, apresentados uma semana depois na Mobile World Congress, a feira de celulares em Barcelona, "os fabricantes de celulares não deixam de apresentar, no mínimo, um ou dois aparelhos nesta feira que acontece logo no início do ano", diz Zota.
Nos smartphones a tendência é claramente monitores maiores, acima de cinco polegadas, frequentemente com resolução Full HD – que as pessoas conhecem da televisão ou do notebook. "Os novos modelos oferecem principalmente câmeras melhores e frequentemente processadores com quatro núcleos (quad-core)", diz o editor-chefe da revista c´t.
Full HD é coisa do passado
As fabricantes de televisores também querem impressionar o consumidor em Las Vegas. Depois de apresentar ao mundo a televisão tridimensional e tentar convencer as pessoas de que não é possível viver sem uma televisão conectada à internet, a nova moda é a tecnologia 4k, ou Ultra High Definition, sucessora do Full HD. "Este é o maior assunto da feira", assegura Zota.
A tecnologia já estava presente na última IFA, lembra Zota, "mas não podemos partir do princípio que ela já é algo para o usuário doméstico." Até porque, para a grande parte dos telespectadores, a diferença entre Full HD e Ultra HD é pouco perceptível. Para reconhecê-la, a pessoa precisaria de um televisor mais adequado a um salão de dança do que a uma sala de estar. Em segundo lugar, não há nenhuma emissora de televisão no mundo que transmita seus programas com a resolução gigante de 3.840 por 2.160 pixeis.
Carros inteligentes
Ao lado dos tradicionais expositores, outro ramo vai estar presente em larga escala na CES deste ano: o setor automotivo. De acordo com os organizadores, a feira vai receber um número recorde de expositores do ramo automobilístico. Audi, Chrysler, Ford, General Motors, Hyundai, Kia e Subaru vão apresentar muitas novidades.
"Antigamente eram os fornecedores de autopeças que ofereciam o infotainment (sistemas de informação e de entretenimento) e sistemas parecidos para as montadoras de veículos", comenta Zota. "Agora muitos fabricantes fabricam seus próprios sistemas."
A Volvo, por exemplo, quer disponibilizar o serviço de consumo de músicas via streaming Spotify em seus veículos. Além disso, a empresa – que pertence à chinesa Geely – pretende utilizar um sistema de computação em nuvem da Ericsson. Com ele, o motorista terá à disposição entretenimento, informações e ajuda para a navegação.
Anúncios de outros fabricantes mostram que a tendência é o uso da internet no veículo. Por exemplo, a BMW equipou seu sistema de comunicação e navegação ConnectedDrive com reconhecimento de voz, o que permite ao motorista ditar pequenos textos e enviá-los como e-mail ou SMS.
Já a Chevrolet, marca da General Motors, vai equipar em breve as funcionalidades do assistente pessoal Siri, da Apple – que ajuda a realizar tarefas através de comandos de voz – em seus modelos compactos Spark e Sonic.
Autor: Rolf Wenkel (fc)
Revisão: Alexandre Schossler