STF divide inquérito da Lava Jato e inclui Lula e Renan
6 de outubro de 2016O relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, autorizou nesta quinta-feira (06/10) o fatiamento em quarto partes do principal inquérito da investigação, que se concentra no núcleo político do esquema de corrupção na Petrobras. No total, 66 pessoas ligadas a três partidos são investigadas.
O pedido de fatiamento foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Teori aceitou também incluir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva num destes inquéritos. A principal investigação da Lava-Jato foi aberta em março de 2015 e focava em pessoas ligadas ao PT, PMDB e PP.
Com o fatiamento, os inquéritos foram divididos por partido e vão apurar os supostos crimes cometidos em quatro frentes: PT, PP, PMDB Câmara e PMDB Senado. Além de Lula, a lista de investigados incluiu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), o ex-presidente da Câmara Waldir Maranhão (PP), Eduardo Cunha (PMDB) e os senadores do PMDB Romero Jucá e Edison Lobão.
Ao todo serão investigadas 30 pessoas ligadas ao PP, 12 ligadas ao PT e 24 ligadas ao PMDB. Ao pedir o fatiamento, Janot afirmou que as três legendas se organizaram para cometer ilegalidades e formaram "uma mesma organização criminosa" com diversos núcleos políticos.
"Alguns membros de determinadas agremiações organizaram-se internamente, valendo-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para cometimento de crimes contra a administração pública", ressaltou Janot.
O fatiamento foi solicitado para otimizar as investigações. "Embora, até o momento, tenha sido desvelada uma teia criminosa única, mister, para melhor otimização do esforço investigativo, a cisão do presente inquérito tendo como alicerce os agentes ligados aos núcleos políticos que compõem a estrutura do grupo criminoso organizado", afirma o pedido
Com o desmembramento, a Operação Lava Jato passa a ter 105 investigados no STF em 39 inquéritos. Entre estas ações, dez já receberam denúncias e duas viraram ações penais na Corte.
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