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Struck: Nosso soldado é cidadão de uniforme

rw5 de junho de 2004

Ministro alemão da Defesa visita soldados da Marinha no Djibuti e prossegue viagem a Israel, onde pode negociar venda de dois submarinos. Antes da viagem, Struck criticou a formação militar dos EUA.

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Marinha alemã no porto de DjibutiFoto: AP

O ministro alemão da Defesa, Peter Struck, partiu neste sábado para uma viagem de três dias que o levará inicialmente ao norte da África e depois ao Oriente Médio. No Djibuti, o ministro social-democrata visitará o contingente alemão na fragata Augsburg, estacionada no Chifre da África, cuja missão é patrulhar a península árabe no âmbito da missão antiterror Paz Duradoura.

Críticas à formação militar norte-americana

Nesta sexta-feira (6/6), o ministro Peter Struck criticou a formação militar praticada nos Estados Unidos. Em vista dos escândalos que envolvem os EUA no Iraque, Struck disse que "ainda há muito poucos soldados dos Estados Unidos que praticam o nation building".

O ministro destacou que os soldados alemães enviados, por exemplo, ao Afeganistão, aprendem como lidar com outras culturas, sobre o papel desempenhado pela religião e o papel da mulher naquela sociedade.

"O selo de qualidade da formação militar alemã é o princípio de que o soldado é um cidadão de uniforme", ressaltou Struck. Segundo ele, desde o início o soldado aprende que deve rejeitar uma ordem ilícita ou ilegal.

"A ordem de bater num prisioneiro ou de arrastá-lo numa coleira pelos corredores é tão ilegal que nossos soldados não a seguiriam", garantiu o ministro alemão da Defesa numa entrevista publicada no jornal Sächsische Zeitung, da cidade alemã de Dresden.

Struck cumpre visita prometida por Rau

Verteidigungsminister Peter Struck
Peter StruckFoto: AP

Em março último, Johannes Rau, o presidente alemão que entrega o cargo a Horst Köhler em julho, havia cancelado uma visita aos soldados e ao governo do Djibuti devido a uma ameaça de atentado, ao que o governo deste país africano reagiu ofendido. Também a visita de Struck estará sob o signo da segurança máxima, embora o ministro ressalte tratar-se de um país "relativamente calmo e estável".

A contribuição alemã no combate ao terror no Chifre da África concentra-se em 230 soldados estacionados em oito fragatas. Sua missão, a Task Force 150, começou no início de 2002 e consiste em patrulhar a península árabe junto com norte-americanos, britânicos, franceses, italianos e espanhóis.

Revistar e catalogar navios

A Alemanha havia iniciado a operação, há dois anos, com 1300 soldados estacionados em três fragatas, além de dispor de botes rápidos e aviões de reconhecimento da Marinha, estacionados em parte também no Quênia.

Em dois anos, os alemães revistaram mais de 20 dos 140 navios interceptados na região. Além disso, foram catalogados cerca de 10 mil navios que transitam regularmente no local. Aos críticos que comparam a missão à busca por uma agulha num palheiro, o ministério alemão da Defesa contra-argumenta, alegando tratar-se, acima e tudo, de mostrar presença na região e recolher informações.

Neste domingo (06/06), o ministro alemão prossegue viagem a Israel, onde será recebido pelo primeiro-ministro, Ariel Sharon, e o colega de pasta, Schaul Mofas. A segurança no Oriente Médio deverá ser o principal tema de Peter Struck em Tel Aviv, mas também deverá ser manifestado o interesse de Israel na compra de mais dois submarinos alemães.