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Stuttgart dá a volta por cima com bloco brasileiro-português

Marcio Weichert11 de janeiro de 2002

Clube investe em jogadores que falem mesmo idioma para facilitar integração. Adhemar não sai e time terá reforço de Meira. Ao todo, seis atletas falam português no Stuttgart.

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O técnico Felix Magath quer menos nacionalidades em seu timeFoto: AP

Um ano após passar maus momentos na luta contra o rebaixamento para a segunda divisão, o Stuttgart faz um balanço positivo das medidas tomadas para a mudança de rumo. O experiente técnico Felix Magath assumiu com sua tradicional linha dura e tirou o time da lama. Mas outra decisão do treinador e da diretoria do clube merece destaque: investir em jogadores que falem português.

Em janeiro de 2001, o Stuttgart recebeu o atacante Adhemar, do São Caetano, que acabara de brilhar como artilheiro da Copa João Havelange, no Brasil. Além dele, chegava o português Rui Marques, que jogava até então no Hertha Berlim. No elenco, já havia o zagueiro brasileiro Marcelo Bordon e o armador búlgaro Krassimir Balakov, que domina o idioma português por ter jogado no Sporting de Lisboa.

Magath assumiu o comando do Stuttgart no fim de fevereiro e salvou o ex-time de Élber do vexame. Em meados de 2001, o técnico começou a reestruturar o elenco e decidiu fortalecer o bloco brasileiro-português. "Ele não quer tantas nacionalidades diferentes, para facilitar a integração dos jogadores", diz o diretor Rolf Rüssmann. Uma das medidas foi promover a profissional Kevin Kuranyi, um carioca filho de pai alemão que brilhava no time de juniores.

Investimento recorde

– Durante o recesso natalino, mais dois passos. Além de convencer Adhemar a ficar, o clube contratou o zagueiro Fernando Meira, da seleção portuguesa. Segundo Magath, o atacante brasileiro resolveu seus problemas com a família, que não se adaptou à Alemanha e queria retornar ao Brasil. O treinador espera agora que Adhemar "tenha a cabeça novamente livre" para se concentrar no futebol. "Eu espero uma melhora em seu desempenho", declarou Magath antes do embarque do time para Portugal, onde o Stuttgart se prepara para a reta final da temporada 2001/2002. Coincidência ou parte da estratégia lusófona?

Meira custou 6,65 milhões de euros (US$ 5,9 milhões) ao Stuttgart, a mais cara transferência da história do clube alemão. Ex-capitão do Benfica, o jogador é polivalente. Tanto joga na defesa, sua posição original, como na retaguarda do meio-campo. E ainda sobe ao ataque. "Um tipo como Lúcio", afirma Rüssmann, referindo ao zagueiro da Seleção Brasileira e do Bayer Leverkusen, que vem encantando os alemães com seu estilo firme, habilidoso e corajoso.

Marcelo Bordon

– Apesar do alto investimento em Meira, a estratégia do clube é renovar-se através de seus próprios jogadores de base, como o goleiro Timo Hildebrand e o atacante Christian Tiffert. E neste esquema, o zagueiro Marcelo Bordon é peça importante nos planos de Magath. Apontado pela revista Kicker como o melhor jogador do primeiro turno do Campeonato Alemão, o brasileiro de 26 anos, deverá contribuir, com sua experiência, para uma transição segura. Com quase 35 anos, Balakov em breve deverá encerrar a carreira. Meira tem 23 anos.

Os resultados do trabalho de Magath são tão evidentes que seu contrato com o Stuttgart foi renovado por mais dois anos, até 2004. O técnico avisa que continuará no clube, mas não para "ficar disputando o décimo lugar". Ele quer mais, com sua trupe brasileiro-portuguesa. "Em dois anos, o Stuttgart deverá estar de volta às competições internacionais", prevê Magath, modestamente. Na temporada passada, o clube ainda disputou a Copa da Uefa.

O técnico sabe, porém, que tem muito trabalho pela frente. No fim do ano passado, o time caiu de produção e, após ter chegado ao sétimo lugar, tropeçou várias vezes e entrou no recesso na décima colocação.