Político renuncia após sugerir homenagem à família Mussolini
27 de agosto de 2021Um subsecretário de Economia da Itália renunciou nesta quinta-feira (26/08) após sugerir que um parque de sua cidade natal fosse renomeado em homenagem ao irmão do ditador fascista Benito Mussolini. A sugestão provocou uma onda de críticas.
Claudio Durigon, membro do partido ultradireitista Liga, disse no início do mês que sua sigla estava empenhada em restaurar o nome original do parque em Latina, uma cidade com cerca de 120 mil habitantes no centro da Itália.
Durante décadas, o parque recebeu o nome de Arnaldo Mussolini, um jornalista, especialista em agricultura e confidente de seu irmão, Benito, que governou a Itália em uma ditadura de 1922 e 1943.
O parque foi renomeado em 2017 para homenagear Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, dois importantes magistrados assassinados pela máfia siciliana em 1992.
"Esta é nossa história, que alguém quis cancelar mudando o nome daquele parque. Ele precisa voltar a ser o parque Mussolini", disse Durigon a apoiadores em uma manifestação, o lado do líder da Liga, Matteo Salvini.
Críticas de outros partidos
Os comentários provocaram críticas políticas, com partidos de centro-esquerda do governo de união, que inclui a Liga, afirmando que apresentariam uma moção de censura caso o subsecretário não renunciasse ao cargo.
Com a polêmica longe de um fim, Durigon se demitiu, reconhecendo que havia cometido um erro e pedindo desculpas às famílias das vítimas da máfia.
"Não sou, e nunca fui, um fascista", disse ele em um comunicado.
Durigon, que é deputado desde 2018, justificou que apresentou a proposta não como uma forma de homenagear a família Mussolini, mas para marcar a história da região. As terras ao redor de Latina foram recuperadas de pântanos na década de 1930, em uma das maiores obras públicas do regime de Mussolini.
"Queria apenas homenagear a memória da cidade, não comparar os nomes dos juízes assassinados com o do irmão de Mussolini ou fazer uma comparação absurda entre eles", afirmou Durigon.
Inicialmente, Salvini havia tentado defender Durigon, mas foi pressionado a mudar de opinião por pessoas influentes de seu entorno, que não gostaram de ver um de seus próprios políticos aparentemente elogiando Mussolini.
Salvini agradeceu o colega de partido por se afastar e deixou claro que ele permaneceria na Liga.
le (reuters, afp, efe)