Série de atentados mata dezenas na Síria
5 de setembro de 2016Uma série de explosões reivindicada pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) matou dezenas de pessoas na Síria nesta segunda-feira (05/09). Segundo informações da imprensa local e de ativistas, as explosões ocorreram em regiões sob controle do governo sírio e de curdos, resultando na morte de ao menos 48 pessoas, além de dezenas de feridos.
O maior número de mortos foi registrado em Tartus, um dos redutos do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, no litoral do Mar Mediterrâneo. O atentado duplo resultou na morte de ao menos 35 pessoas e deixou cerca de 43 feridos, segundo a mídia estatal síria.
Os bombardeios atingiram a ponte Arzuna, localizada próxima à capital da província e que leva o mesmo nome. "A primeira [explosão] foi um carro-bomba e, em seguida, um homem-bomba detonou seu colete de explosivos quando pessoas se reuniram para ajudar os feridos", relatou a televisão estatal.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos elevou para 38 o número de mortos no duplo atentado e acrescentou que entre eles há 16 soldados das tropas governamentais. Segundo a ONG, o ataque teve como alvo um posto de controle do regime no sul da cidade. Tartus vinha sendo poupada da violência do conflito na Síria e se tornou um refúgio para muitos sírios que fogem dos combates.
Na cidade de Al-Hasakeh, no nordeste do país, um homem-bomba numa motocicleta matou seis membros das forças de segurança curdas e dois civis. A cidade é majoritariamente controlada pelos curdos, embora o governo sírio também esteja presente.
Em Homs, o alvo foi o bairro de Al-Zahraa, cujos residentes em sua maioria pertencem à mesma seita alauita do presidente Assad e regularmente têm sido alvos de atentados. Quatro pessoas morreram em decorrência de um carro-bomba que atingiu um posto de controle na entrada do distrito.
Outro ataque foi registrado numa estrada ao oeste da capital Damasco. A mídia estatal relatou a morte de uma pessoa, já o Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que a explosão matou ao menos três pessoas.
Reação do "Estado Islâmico"
A agência de notícias Amaq – afiliado aos jihadistas do EI – emitiu um comunicado no qual o "Estado Islâmico" reivindicou "uma série de ataques suicidas simultâneos". A agência disse que "seis operações de martírio atingiram Damasco, Tartus, Homs e Al-Hasakeh". A nota, cuja autenticidade não pôde ser verificada, informou que os atentados tiveram como objetivo zonas sob controle do regime e dos curdos.
Os ataques ocorreram um dia após o EI ter perdido o controle do último trecho da fronteira síria com a Turquia. Paralelamente, também nesta segunda-feira, Washington e Moscou fracassaram na tentativa de selar um acordo para cessar a violência na Síria.
Na China, onde as potências mundiais se reuniram para o encontro do G20, o presidente dos EUA, Barack Obama, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, salientaram "diálogos produtivos" e "certo alinhamento" em respeito à crise na Síria.
PV/efe/afp