Talibã mata dezenas em atentado suicida no norte afegão
9 de agosto de 2015Depois da sexta-feira sangrenta na capital Cabul, os fundamentalistas do movimento Talibã prosseguem com sua campanha de terror em outras regiões do Afeganistão.
Na noite deste sábado (08/08) um atentado suicida deixou 29 mortos e 19 feridos no distrito de Khanabad, pertencente à província de Kunduz, no norte. O Talibã reivindicou o ato terrorista.
Sobre a identidade das vítimas, porém, ainda circulam versões conflitantes. As autoridades locais afirmam que o autor teria visado as forças de segurança, e que entre os militares mortos estariam quatro comandantes. Segundo outra versão, 25 dos mortos seriam integrantes de milícias anti-talibã, os demais quatro, civis. Uma terceira, ainda, afirma tratar-se exclusivamente de civis.
As tropas da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) estiveram estacionadas em Kunduz até 2013, quando entregaram suas bases às forças de segurança afegãs.
Enforcamentos e decapitações
Os talibãs intensificaram suas investidas por todo o Afeganistão desde que, no fim de 2014, as tropas dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) abandonaram o combate, limitando-se ao apoio e treinamento de soldados e policiais locais. Assim, a insurgência talibã vem rapidamente se alastrando, de seus redutos tradicionais, no sul e no leste, em direção ao norte do país.
Os ataques desta semana – sobretudo o triplo atentado da sexta-feira, em Cabul, em que mais de 50 pessoas foram mortas e 240 ficaram feridas – foram os mais mortíferos em anos. Segundo observadores, trata-se de demonstrações de força, para provar que os talibãs continuam detendo a autoridade após a posse de seu novo chefe, o mulá Akhtar Mansour – em seguida à postergada confirmação da morte do líder de longa data da organização, o mulá Omar, e das lutas internas pelo poder.
Tais atos intimidatórios também incluem execuções arbitrárias de civis e agentes de segurança. Fontes do governo em Cabul informaram neste domingo que um tribunal talibã condenou à morte uma mãe de três crianças, na província de Badakhshan, no nordeste do país, onde a Bundeswehr também esteve estacionada até 2012.
Acusada de adultério, a mulher de 27 anos foi enforcada diante dos olhos de sua família, seu marido e outros habitantes da aldeia de Teergaran. Além disso, os milicianos fundamentalistas decapitaram dois policiais e um civil da mesma província, acusados de espionagem.
AV/afp/ap/rtr/dpa