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Talvez sim, talvez não

rw28 de dezembro de 2002

Ministro do Exterior surpreende ao não descartar possibilidade de Alemanha votar no Conselho de Segurança a favor de uma guerra contra o Iraque, contrariando afirmação do parceiro social-democrata na coalizão de governo.

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Joschka Fischer, do Partido VerdeFoto: AP

"Ninguém pode prever como nosso país votará", disse o ministro numa entrevista concedida ao semanário Der Spiegel, "pois ninguém sabe como e em que condições o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) se ocupará do tema.

A partir de 1º de janeiro, a Alemanha será membro não permanente do conselho por um período de dois anos e, em fevereiro, assume por quatro semanas a presidência do órgão máximo das Nações Unidas.

Na entrevista, o ministro do Partido Verde destacou mais uma vez que a Alemanha não enviará soldados para participar de um conflito "de cuja necessidade como forma definitiva de pressão ainda não estamos completamente convencidos", salientou. Joschka Fischer assegurou mais uma vez que Berlim não enviará soldados, nem participará militarmente de uma intervenção.

Ginástica diplomática - Nas últimas semanas, tornou-se cada vez mais difícil para a coalizão de governo manter seu "não" a uma eventual guerra no Iraque. O Partido Social Democrata (SPD), parceiro dos verdes na coalizão, desde setembro vinha defendendo categoricamente que não participaria de uma intervenção armada no Iraque, mesmo que esta tivesse o aval do Conselho de Segurança. A intenção levou a um congelamento temporário das relações entre a Alemanha e os Estados Unidos.

Em novembro, esta posição começou a ganhar flexibilidade. Depois que Israel e Estados Unidos solicitaram apoio bélico para se defenderem em caso de um conflito, Berlim passou a ressaltar que está ao lado de Washington na luta contra o terrorismo e que cumprirá suas responsabilidades como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), oferecendo, por exemplo, bases aéreas em seu território.

Pressão do tempo - A situação, entretanto, pode tornar-se complicada a partir de janeiro, quando a Alemanha assume uma vaga no Conselho de Segurança, embora apenas como membro não permanente. Hans Blix, chefe da comissão de controle de armamentos iraquianos, deve concluir até o dia 27 de janeiro se é necessário continuar a busca por armas de destruição em massa no Iraque.

O governo tem tempo para definir sua posição o mais tardar até fevereiro, quando a Alemanha presidirá o Conselho de Segurança. Joschka Fischer prefere fugir pela tangente: "Nós não temos voto decisivo no conselho, como os cinco membros permanentes. Afinal, nossa tarefa será muito mais de organização e mediação", destacou o ministro alemão das Relações Exteriores em sua entrevista ao Der Spiegel.

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