Temendo segunda onda, países da Ásia reimpõem restrições
27 de julho de 2020Em meio a uma alta nas infecções pelo novo coronavírus em vários países da Ásia, o temor de que uma segunda onda da pandemia de covid-19 se espalhe pelo continente fez várias nações retomarem medidas para conter a disseminação da doença.
A China continental registrou nesta segunda-feira (27/07) o mais alto número de infecções diárias desde março: foram 61 novos casos, 57 deles de transmissão local e grande parte tendo ocorrido na região oeste de Xinjiang. No nordeste do país, a província de Liaoning registrou novas infecções pelo quinto dia consecutivo. No domingo, a província de Jilin contabilizou dois novos casos, os primeiros desde o final de maio.
Nesta segunda-feira, o governo do Vietnã informou que removeria 80 mil pessoas, principalmente turistas, da cidade de Danang. O país do Sudeste Asiático elevou o nível de alerta após a confirmação, no sábado, das primeiras infecções comunitárias desde abril, e de mais três casos no domingo - todos eles em Danang.
Hong Kong proibiu, a partir desta quarta-feira, reuniões de mais de duas pessoas, proibiu refeições em restaurantes e tornará obrigatório o uso de máscaras em todos os locais públicos, inclusive ao ar livre. É a primeira vez que o território proíbe completamente. refeições em restaurantes. As autoridades locais reportaram 145 novos casos de covid-19 nesta segunda-feira, um recorde diário, sendo 142 deles de transmissão local. Mais de mil pessoas foram infectadas nas últimas duas semanas.
No Japão, o governo quer incentivar que a população retome o teletrabalho. O país conseguiu evitar infecções em massa, mas um aumento recorde de casos na semana passada em Tóquio e em outros centros urbanos preocupa as autoridades, que temem uma segunda onda de covid-19.
A Indonésia deve passar a marca dos 100 mil casos confirmados nesta segunda-feira, tendo ultrapassado a China no total de infecções (86.570). Enquanto o país luta para conter mais de uma dúzia de novos focos da doença surgidos após o relaxamento do isolamento social no mês passado, o ministro da Saúde disse que as autoridades sanitárias "ainda desconhecem quando o pico poderá ser atingido".
Papua-Nova Guiné fechou suas fronteiras para conter o avanço da doença para seu território. Após as infecções pelo coronavírus mais que duplicarem na última semana, o país suspendeu a entrada para viajantes a partir desta segunda-feira, exceto os que chegam por via aérea.
Nas Filipinas, a capital Manila avalia se deve reimpor medidas mais rígidas de bloqueio. Depois do relaxamento do isolamento social, houve um aumento drástico de infecções e mortes - foram 62.326 casos desde 1º de junho.
A Malásia também deve anunciar novas medidas para conter o surto depois do aumento no número de casos pós-afrouxamento de medidas restritivas.
Na Coreia do Norte, a mídia estatal noticiou no fim de semana que a cidade fronteiriça de Kaesong estava isolada depois que uma pessoa que desertou para a Coreia do Sul há três anos retornou este mês com sintomas de covid-19. Se o caso for confirmado, será o primeiro oficialmente reconhecido pelas autoridades norte-coreanas.
A vizinha Coreia do Sul reportou 113 novas infecções no sábado, maior número em um único dia desde 31 de março. Nos últimos dias, o país registrou dezenas de casos entre membros da tripulação de um cargueiro com bandeira da Rússia atracado em Busan e entre trabalhadores da construção civil vindos de avião do Iraque.
Enquanto grande parte da Ásia cogita reimpor bloqueios, a Índia continua diminuindo as restrições, apesar do aumento incessante de infecções. Com mais de 1,4 milhão de casos registrados, a Índia está atrás apenas dos EUA e do Brasil.
Na Austrália, o bloqueio de seis semanas em partes do estado de Victoria, incluindo Melbourne, poderá ser estendido devido ao crescente aumento diário de infecções. Nesta segunda-feira, o estado registrou 532 novos casos, um novo recorde diário. A maior parte da Austrália está livre do vírus, mas as autoridades querem evitar que surtos nos dois estados mais populosos (Victoria e Nova Gales do Sul, onde fica Sidney) ganhem proporção nacional.
Em todo mundo, mais de 16,2 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus e mais de 648 mil morreram, segundo contagem da universidade americana Johns Hopkins.
LE/lusa/ap/rtr
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