Marchas de Páscoa
22 de março de 2008Anúncio
Durante as tradicionais Marchas de Páscoa, realizadas todo ano em defesa da paz mundial, o movimento pacifista alemão exigiu o fim da violência e da violação dos direitos humanos no Tibete. Manfred Stenner, um dos líderes do movimento, considera importante lembrar Pequim da promessa – feita em abril de 2001, por ocasião da nomeação para os Jogos Olímpicos – de melhorar a situação dos direitos humanos na China.
Stenner ressaltou a ligação do movimento pacifista com o dalai-lama: "Sua única arma é a palavra. Lutamos para que esta se torne a regra geral e para que todas as facções envolvidas em crises e conflitos abdiquem de impor sua vontade por meio da violência".
Aumenta pressão para boicotar Olimpíadas
O diretor da Federação Alemã de Esportes Olímpicos, Michael Vesper, continua rejeitando a idéia de boicotar os Jogos Olímpicos caso a China não suspenda a violência no Tibete. Ele argumenta que as Olimpíadas não devem ser instrumentalizadas como meio para um fim político.
Entre os políticos alemães, no entanto, cresce a pressão para que os Jogos Olímpicos sejam usados para pressionar o governo chinês. O presidente da Comissão Esportiva do Parlamento Alemão, Peter Danckert, exige que representantes do Comitê Olímpico Internacional viajem a Pequim para esclarecer as conseqüências que a violência no Tibete possam ter para as Olimpíadas.
O Partido Verde concorda com essa proposta. O chefe da bancada verde no Parlamento alemão, Fritz Kuhn, declarou que as associações esportivas finalmente deveriam começar a fazer alguma coisa, em vez de ficar repetindo que "esporte é esporte". Políticos alemães de diversas bancadas exigem um posicionamento europeu sobre a questão.
Parlamento Europeu debate conflito no Tibete
O presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering, ameaçou com o boicote dos Jogos Olímpicos na China. De acordo com a imprensa alemã, ele exigiu que o governo chinês não tarde a iniciar negociações com o dalai-lama.
Pöttering também questionou a continuidade da cooperação com Pequim em questões de desenvolvimento. "A China é um importante parceiro da União Européia, por exemplo, na proteção do clima. Diálogo e cooperação são de interesse mútuo. Mas o povo tibetano não deve ser sacrificado por isso. Para a Europa, seria perder o respeito a si própria."
Na quarta-feira (26/03), o Parlamento Europeu pretende debater o conflito no Tibete.
China proíbe transmissão ao vivo da Praça da Paz Celestial
O governo chinês anunciou, neste sábado (22/03), que pretende reprimir com determinação o movimento de protesto tibetano. O editorial do jornal do Partido Comunista aponta esta meta: "Temos que enxergar as más intenções das forças secessionistas, levantar a bandeira da estabilidade social e reprimir com determinação a conspiração das forças tibetanas de independência".
O comitê chinês de organização dos Jogos Olímpicos decidiu proibir transmissões ao vivo da Praça da Paz Celestial, em Pequim.
Na semana passada, protestos de monges tibetanos contra o domínio chinês transformaram as ruas de Lhasa em um palco de violência. As autoridades chinesas divulgaram que os confrontos culminaram com a morte de 18 "civilistas inocentes" e um policial. O governo de exílio tibetano calcula que cerca de cem pessoas tenham sido mortas no confronto com a polícia chinesa.
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