Irã pode virar Coreia do Norte, diz Tillerson
20 de abril de 2017O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou nesta quarta-feira (19/04) que o acordo nuclear do Irã "fracassou" e que é preciso rever as sanções a Teerã diante das "provocações alarmantes" impostas pelo país.
"Um Irã sem restrições tem o potencial de seguir o mesmo caminho que a Coreia do Norte e levar consigo o resto do mundo. Os Estados Unidos querem evitar uma segunda prova de que a paciência estratégica é uma tática falida", afirmou.
Tillerson fez a declaração um dia depois de anunciar que o governo Trump está fazendo uma revisão do acordo nuclear firmado em 2015 entre o Irã e seis potências mundiais. O governo americano apresenta um relatório sobre o cumprimento do acordo por parte do Irã a cada 90 dias, e o desta quinta-feira foi o primeiro conduzido no governo de Donald Trump.
De acordo com o Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA), como é conhecido o acordo multilateral negociado durante a gestão de Barack Obama, o Irã concordou em limitar seu programa nuclear em troca de alívio das sanções internacionais.
"O JCPOA fracassa na hora de conseguir o objetivo de um Irã não nuclear. Isso somente atrasa a intenção do país de se converter num Estado nuclear", acrescentou.
Segundo o secretário americano, o acordo "ignorou completamente todos os outros riscos apresentados pelo Irã", como o "patrocínio" do país ao terrorismo e influência desestabilizadora de Teerã no Oriente Médio.
Tratar o Irã de "forma integral"
Tillerson ressaltou que é preciso "lidar com o Irã de forma integral", com todas as potenciais ameaças impostas pelo país. Ele considerou inclusive se os EUA devem manter a suspensão das sanções a Teerã.
As tensões entre EUA e Irã têm crescido desde o final de janeiro, quando Teerã realizou um teste de míssil balístico de médio alcance que explodiu após percorrer mil quilômetros, o que irritou o governo americano. Como resposta, Trump afirmou que o Irã estava "brincando com fogo".
No mesmo dia, Washington anunciou a imposição de novas sanções econômicas ao país, que têm como alvos 13 indivíduos e 12 organizações envolvidos com o programa iraniano de mísseis ou que apoiam a Força Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária iraniana.
Em resposta, a Guarda Revolucionária do Irã anunciou em fevereiro o início de uma série de exercícios militares, que inclui mísseis.
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