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Torneio intercontinental não funcionaria sem voluntários

(gh)27 de junho de 2005

Organização da Copa das Confederações e do Mundial de 2006 na Alemanha depende do serviço gratuito de milhares de pessoas. Brasileiro saúda torcida pelo sistema de som dos estádios.

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Voluntários 'ensaiam' a onda (la ola), que os fãs fazem nos estádiosFoto: dpa - Report

O que seria a Copa das Confederações e o Campeonato Mundial de Futebol, no próximo ano, sem os voluntários? Nada. Eventos dessa dimensão seriam inviáveis sem a ajuda de muitas mãos.

Segundo Theo Zwanziger, responsável pelas finanças no Comitê Organizador (CO) da Copa 2006, os 2075 voluntários ativos na Copa das Confederações possibilitam uma economia de, no mínimo, meio milhão de euros. Mas isso é apenas um aspecto.

O presidente do CO, Franz Beckenbauer, mostra-se impressionado não só com a hospitalidade transmitida pelos voluntários, sempre sorridentes e prestativos. "Foram escolhidas tantas moças bonitas para esse papel, que eu entrei e saí várias vezes dos estádios", disse em tom de brincadeira.

Confederations Cup - Schulungen für Helfer
Treinamento de voluntários para a Copa 2006 no estádio de LeipzigFoto: dpa - Report

Motivação

Os motivos que levam alguém a trabalhar gratuitamente por várias semanas em megaeventos esportivos são diversos. Albert Rudolf, redator de um jornal econômico em Londres, estudou cultura asiática e, além de inglês, fala japonês e chinês. Um caso de sorte tanto para o CO quanto para o voluntário. "Eu queria conhecer a rotina de trabalho dos jornalistas esportivos", conta.

Já o aposentado Horst Mitzel, ex-editor de esportes de um jornal regional alemão, vê na Copa a possibilidade de conhecer o outro lado. Ele ajuda, por exemplo, na organização de entrevistas coletivas dos integrantes do Comitê Organizador do Mundial.

O CO já recebeu mais de 31 mil inscrições de voluntários de todo o mundo, dos quais cerca de 15 mil atuarão na Copa 2006.

"Há voluntários de longo prazo, que já participaram de outros eventos e vêm simplesmente para curtir essa atmosfera. Mas nós daremos uma chance também para pessoas que se candidatarem mais tarde", avisa Simone Seefried, coordenadora do programa de voluntários da Fifa, que custa entre 15 e 20 milhões de euros.

A maioria dos candidatos (69,5%) são homens; 60,7% dos interessados têm menos de 30 anos de idade; 36,65% estão na faixa de 30 a 60 anos; e 2,5% são aposentados. Apenas 9,1% dos inscritos são estrangeiros; 3,8% são estrangeiros residentes na Alemanha.

O sul-coreano Mee-Na Choi, por exemplo, já trabalhou nas Olimpíadas de 1988 em Seul e na Copa 2002 no Japão e na Coréia do Sul. Entre os alemães, há candidatos das mais diversas profissões, como a juíza Petra Gutmann, o vice-prefeito de Markt Emskirchen, Dieter Spengler, ou o professor emérito Klaus Linkwitz, com 72 anos, o mais idoso da lista.

Ingressos gratuitos?

Muitos dos voluntários da Copa das Confederações pegaram férias para atuar no torneio. A hospedagem tem que ser providenciada por conta própria e, ao contrário do que muitos pensam, os "volunteers" não ganham ingressos gratuitos.

Em alguns casos, porém, o CO reserva interessantes surpresas para seus ajudantes. O brasileiro Sérgio Neves de Oliveira, de 50 anos, voluntário na área de credenciamento, saúda a torcida brasileira em português pelo sistema de som dos estádios.

São os voluntários que, com um sorriso, muito engajamento e paciência, dão um rosto ao slogan da Copa 2006, "O mundo entre amigos", também no ensaio geral chamado Copa das Confederações.

Quem quiser se candidatar para vivenciar o Mundial na Alemanha bem de perto, pode fazê-lo até setembro de 2005 ou ainda em janeiro e fevereiro de 2006, no site da Fifa: www.fifaworldcup.com.