Crise no Japão
22 de março de 2011A empresa que opera a usina nuclear de Fukushima – Tokyo Electric Power Company (Tepco) – informou nesta terça-feira (22/03) que conseguiu reconectar os cabos de energia de todos os seis reatores nucleares a fim de acionar o seu sistema de resfriamento, mas o calor intenso e a fumaça continuam dificultando os trabalhos.
Segundo divulgou a rede japonesa de televisão NHK, a Tepco planeja para esta quarta-feira transmitir eletricidade para o sistema de resfriamento do reator 3 pela primeira vez desde o terremoto. Se o sistema funcionar normalmente, o processo de resfriamento poderá ser iniciado.
Ativação do monitoramento
O restabelecimento da energia permite a ativação de sistemas de monitoramento vitais, como a medição da temperatura interna dos reatores e o nível de água nas piscinas que armazenam o combustível já usado. O trabalho havia sido suspenso temporariamente nesta segunda-feira depois de os reatores 2 e 3 terem expelido fumaça.
Enquanto o fornecimento de eletricidade não é normalizado, a Tepco colocou em vigor um programa de apagões controlados desde o último dia 14. O corte dura em média três horas e afeta, diariamente, cerca de 10 milhões de japoneses até dia 28 de março, segundo o plano da operadora. A empresa também pede aos consumidores de regiões não afetadas pelo apagão que economizem eletricidade.
Contaminação
Autoridades japonesas irão monitorar nesta quarta-feira os níveis de radioatividade no ambiente marinho próximo à usina de Fukushima. O teste será conduzido pela agência japonesa de estudos marinhos e terrestres Jamstec.
A análise da água do mar coletada em oito pontos diferentes será feita pela Agência Internacional de Energia Atômica (Iaea) e os resultados serão divulgados em 24 de março.
Nesta segunda-feira (21/03), materiais radioativos foram detectados num canal de descarga da usina de Fukushima. O resultado foi comunicado à Nisa, agência japonesa que inspeciona o setor.
Vítimas e alarme
O número de mortes em consequência da catástrofe do último dia 11 subiu para 9200 – enquanto 13.500 pessoas continuam desaparecidas. A polícia estima, no entanto, que o número total de mortos possa chegar a 18 mil.
Nesta terça-feira, a Agência de Meteorologia do Japão pediu que a população continuasse em alerta. Segundo o órgão, o país ainda deve sentir réplicas do terremoto mais forte da história japonesa.
Somente na manhã segunda-feira, mais de 60 réplicas foram sentidas no leste do Japão. Apesar de o fenômeno estar se tornando menos frequente, ainda são possíveis tremores de magnitude 7 ou mais, advertem os meteorologistas.
NP/dpa/rts/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer