Trump: ex-general linha-dura será secretário de Defesa
2 de dezembro de 2016O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quinta-feira (01/12) a nomeação do general reformado James Mattis, ex-chefe de operações dos EUA no Oriente Médio, como secretário de Defesa de seu futuro governo.
Mattis, considerado um militar "linha-dura", foi um dos primeiros a chegar ao Afeganistão após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA. O general, apelidado de Mad Dog ("cachorro louco"), esteve no comando de uma das divisões americanas que invadiram o Iraque em 2003.
Em seu primeiro comício após a vitória nas eleições presidenciais, Trump confirmou a nomeação de Mattis, que já fora vazada pela imprensa horas antes. "Vamos nomear o 'Cachorro Louco' Mattis como nosso secretário de Defesa, mas não o anunciaremos até segunda-feira, portanto, não falem para ninguém. O 'Cachorro Louco', é genial, ele é genial."
Durante a presidência de Barack Obama, Mattis foi indicado como chefe do Comando Central das operações no Oriente Médio, substituindo o general David Petraeus, mas acabou deixando o cargo antes do previsto, gerando especulações sobre um desentendimento com o governo do presidente democrata.
Mattis é visto como militar ortodoxo, disciplinado, menos radical e político que o novo assessor de Segurança Nacional indicado por Trump, o também general reformado Michael Flynn.
O futuro chefe do Pentágono exercerá um papel importante nas relações dos EUA com o Irã, entre outros. Mattis se posicionou abertamente contra o acordo nuclear entre os líderes ocidentais e Teerã, que restringiu o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento das sanções econômicas impostas ao país.
A nomeação de Mattis necessitará de aprovação na Câmara dos Representantes e no Senado, além do relaxamento de uma lei que não permite que os militares atuem como secretários de Defesa por um período de sete anos após deixarem a ativa.
Pelo menos uma senadora democrata, Kirsten Gillibrand, já se posicionou contra a nomeação de Mattis, lembrando que "o controle civil de nossos militares é um princípio fundamental na democracia americana".
RC/efe/afp