Trump diz que fala sobre Kim foi mal interpretada
2 de março de 2019O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou nesta sexta-feira (01/03) contornar uma controvérsia provocada por seus comentários sobre um estudante americano que morreu após sofrer tortura na Coreia do Norte. Durante a semana, o republicano disse acreditar que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, não soubesse dos maus-tratos sofridos pelo jovem no país asiático.
Agora, Trump afirmou no Twitter que foi mal interpretado, referindo-se a sua declaração de que acreditava na palavra do norte-coreano quando este afirmou que não sabia o que tinha acontecido a Warmbier durante a detenção do estudante na Coreia do Norte.
"[Kim] me disse que não tinha sabido de nada daquilo, e creio na palavra dele", disse Trump. "Não acredito que ele teria permitido que aquilo acontecesse", acrescentou o americano. "Aquelas prisões são duras, e coisas ruins acontecem."
O comentário, realizado ao final da cúpula entre Trump e Kim no Vietnã, provocou uma onda de críticas, incluindo dos pais do estudante da Universidade de Virgínia.
Otto Warmbier foi detido na Coreia do Norte enquanto visitava o país como turista e foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados por tentar roubar um cartaz de propaganda política do hotel onde estava hospedado em Pyongyang, o que o governo norte-coreano considerou um "ato hostil" contra o Estado. Os Estados Unidos conseguiram a libertação do jovem em junho de 2017.
"Claro que eu responsabilizo a Coreia do Norte pelos maus-tratos e a morte de Otto", escreveu Trump no Twitter nesta sexta-feira, ainda que sem acusar nem mencionar diretamente o norte-coreano Kim Jong-un.
"Nunca gosto de ser mal interpretado, ainda mais quando se trata de Otto Warmbier e sua extraordinária família", afirmou. "O mais importante é que Otto Warmbier não terá morrido em vão. Otto e sua família se converteram num tremendo símbolo de forte paixão e força, que durará muitos anos", comentou.
Fred e Cindy Warmbier, pais do jovem, morto aos 22 anos dias depois de chegar aos EUA em estado de coma, condenaram os elogios feitos por Trump a Kim em Hanói. "Fomos respeitosos durante este processo da cúpula. Agora devemos falar", disseram, através de nota.
"Kim e seu malévolo regime são responsáveis pela morte de nosso filho Otto. Kim e seu malévolo regime são responsáveis por uma crueldade e desumanidade inimagináveis", completaram. "Nenhuma desculpa ou elogios generosos podem mudar isso."
MD/efe/dpa/afp
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