Trump pede que Rússia ache e divulgue e-mails de Hillary
28 de julho de 2016O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta quarta-feira (27/07) que a Rússia obtenha e divulgue os 30 mil e-mails oficiais que desapareceram do servidor privado que sua adversária na campanha eleitoral, a democrata Hillary Clinton, usou enquanto era secretária de Estado do país.
"Rússia, se você está ouvindo, espero que possa encontrar os 30 mil e-mails desaparecidos. Acho que você seria amplamente recompensada pela nossa imprensa", disse Trump, em entrevista realizada em Doral, perto de Miami.
O empresário se referia ao servidor privado de e-mails que Clinton usou quando era secretária de Estado, entre 2009 e 2013, inclusive para mensagens relacionadas ao seu cargo. Ela repassou milhares de e-mails para investigadores americanos em 2015, mas deixou de fora cerca de 30 mil mensagens que ela disse serem pessoais.
Trump convocou uma entrevista coletiva para esta quarta-feira, no dia seguinte à confirmação de Hillary como candidata na Convenção Nacional Democrata, mas não quis criticar a Rússia por supostamente estar interferindo nas eleições presidenciais americanas.
A Rússia foi acusada pelo Partido Democrata de ter sido a responsável pelo vazamento do último fim de semana de e-mails internos do Comitê Nacional Democrata com a intenção de influenciar no resultado do pleito de novembro. "Putin sabe o que faz", disse Trump, praticamente encorajando que a Rússia use a ciberespionagem contra os e-mails de Hillary.
Segundo fontes do governo americano consultadas pela imprensa, tudo indica que a Rússia está por trás do vazamento de mais de 19 mil e-mails da cúpula democrata para o Wikileaks. As mensagens mostram como os líderes do partido favoreceram Hillary na disputa interna com seu rival nas primárias, o senador Bernie Sanders.
"Vou ser honesto: se a Rússia ou a China tem esses e-mails, ficaria encantado em vê-los", afirmou Trump, sobre as mensagens que sumiram do servidor privado de e-mail da ex-secretária de Estado.
O candidato republicano disse que se hackers russos são responsáveis pela invasão ao Comitê Nacional Democrata, o ataque ocorreu porque a Rússia "não nos respeita como país". No entanto, Trump garantiu que isso mudará caso ele for eleito.
"Esta deve ser a primeira vez que um candidato presidencial de um grande partido incentiva ativamente uma potência estrangeira a realizar espionagem contra seu oponente político", disse o assessor-chefe de política externa de Hillary, Jake Sullivan.
"Isso não é uma hipérbole, são só os fatos. Isso vai além de uma questão de curiosidade, é uma questão de política e chega a ser um problema de segurança nacional", completou Sullivan, em nota.
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