Três soldados morrem em meio a combates isolados na Ucrânia
27 de fevereiro de 2015Após dois dias sem registros de mortes na região de conflito no leste ucraniano, as Forças Armadas da Ucrânia confirmaram nesta sexta-feira (27/02) a morte de três soldados nas últimas 24 horas. Outros sete ficaram feridos em combates contra rebeldes separatistas, apesar do acordo de cessar-fogo oficialmente em vigor desde o dia 15 de fevereiro.
Segundo o porta-voz dos militares ucranianos, Andriy Lusenko, os confrontos na linha de frente foram praticamente interrompidos, mas ainda há registros de ataques em vilarejos na devastada área nos arredores do aeroporto de Donetsk, sob controle dos separatistas. "Os rebeldes atacam usando artilharia, morteiros e tanques e tentam tomar nossas posições. Estamos respondendo a todos os ataques", afirmou Lysenko.
As informações sobre novas mortes são divulgadas um dia após Kiev declarar que iniciou a retirada de armas pesadas da zona de conflito. O porta-voz do Ministério ucraniano de Defesa, Serhiy Galushko, afirmou em entrevista a um canal de televisão nesta sexta-feira que o recuo continuará, embora as Forças Armadas continuem em alerta máximo devido a ataques isolados de rebeldes em áreas isoladas.
Os separatistas também garantem que estão retirando armas pesadas, como parte dos esforços conjuntos para criar uma zona neutra intermediária. Eles afirmam ter recuado seus lançadores de foguetes em 70 quilômetros a partir da linha de contato com as forças ucranianas.
Nesta sexta-feira, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que a retirada das armas é apenas uma tentativa em prol da paz e, se os combates voltarem a se acirrar, a qualquer momento os soldados ucranianos estarão prontos para retornar as armas às suas posições anteriores. Ele disse esperar que a Rússia continue desafiando o país vizinho.
Conselho de Segurança se reúne
A pedido da França e da Alemanha, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência nesta sexta-feira para discutir o cumprimento do cessar-fogo entre Kiev e separatistas no leste da Ucrânia. O Conselho quer ouvir relatos dos representantes da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que monitoram a situação na região.
Monitores da OSCE confirmaram ter visto a movimentação de armas pesadas das linhas rebeldes, mas acusam os dois lados de não fornecer toda a informação necessária para determinar quais foram realmente retiradas.
MSB/afp/ap/rtr/dpa