Tschö, Poldi!
O jogo de número 130 e seu 49º gol pela seleção alemã marcou a despedida de Lukas Podolski. Com a "Nationalmannschaft", Poldi foi campeão do mundo no Brasil. Mas o que vai fazer falta mesmo é a figura insubstituível.
Gol marca a despedida da "Mannschaft"
Em seu último jogo pela seleção alemã, "Poldi", como é carinhosamente chamado, marcou o único gol no amistoso contra a Inglaterra, em Dortmund, aos 24 min do segundo tempo. Ele encerrou a carreira marcando seu 49º gol pela seleção da Alemanha.
Estreia com o pé... esquerdo
Em 2003, Lukas Podolski estreou na Bundesliga defendendo o clube da sua cidade, o Colônia. O jovem de 18 anos marcou 12 gols naquela temporada do Campeonato Alemão, quase todos com seu precioso pé esquerdo. Sua receita de sucesso: "Mete pra dentro, feito e vamo pra casa."
O garoto de Colônia
Podolski nasceu na Polônia, mas cresceu em Bergheim, a cerca de 20 quilômetros de Colônia. Ele próprio define a metrópole renana como "minha adorada cidade". Não importa que clube esteja defendendo – Podolski sempre envia uma lembrança para os colonianos, que agradecem e o chamam de "Prinz Poldi", ou Príncipe Poldi.
Tabelinha sozinho?
Podolski gosta de lembrar de sua infância e dos jogos de futebol nas ruas de Bergheim. A fama chegou cedo para ele, e suas primeiras entrevistas são lendárias graças a declarações como: "Tabelinha sozinho? Esquece!".
Jovem talento
A primeira partida de Podolski pela seleção alemã foi um amistoso contra a Hungria, preparativo para a Eurocopa, em junho de 2004. A Alemanha perdeu de 2 a 0. O então técnico, Rudi Völler, colocou Podolski em campo nos últimos 15 minutos. Com 19 anos e dois dias de idade, ele é o terceiro jogador mais jovem a estrear na seleção, depois de Uwe Seeler e Olaf Thon.
Lugar garantido na seleção
O sucessor de Völler no comando da seleção alemã, Jürgen Klinsmann, apostou em jogadores jovens, como Podolski. Na Copa das Confederações de 2005, na Alemanha, o jovem talento marcou três gols - contra Austrália, Brasil e México - e conquistou seu lugar na seleção.
Parceria
Na Copa de 2006, disputada na Alemanha, uma das diversões extra-campo dos torcedores alemães eram as provocações entre Podolski e Bastian Schweinsteiger. O penteado de Schweinsteiger? "Levou 15 minutos pra ficar pronto, como dá pra ver", comentou Poldi. Anos depois, Schweinsteiger definiu assim Podolski: "Uma pessoa que ocupa um lugar especial na minha vida."
Banho de cerveja
Em 2006, Podolski trocou o Colônia pelo Bayern de Munique, o clube de Schweinsteiger. O renano nunca se adaptou bem à nova equipe. A imprensa acabou definindo os três anos dele na capital bávara como "um grande equívoco". Pelo menos ele foi campeão alemão e da Copa da Alemanha em 2008. Para o tradicional banho de cerveja na celebração do título, Poldi escolheu – claro – o seu parceiro "Schweini".
Tapão na orelha
Michael Ballack era o capitão da seleção alemã há muitos anos, mas estava longe de ser uma unanimidade. Nenhum momento deixou isso mais claro do que o tapão que Podolski deu na orelha do "Capitano" em 2009, durante um jogo das eliminatórias contra o País de Gales. "Eu pedi desculpas", disse Podolski mais tarde. "Foi um erro que eu não deveria ter cometido."
Confiança do técnico
Podolski sempre pôde contar com Joachim Löw. O técnico da seleção o convocava, não importa a fase pela qual estivesse passando no seu clube. Podolski agradecia jogando bem – e ajudando a levantar a moral da equipe.
A volta do filho pródigo
Em 2009, Podolski voltou para o Colônia. O então prefeito da metrópole disse que o atacante "é do clube assim como a catedral é da cidade". Mas Podolski não correspondeu às elevadas expectativas dos torcedores e não conseguiu retomar os seus velhos tempos de glória.
Semana inglesa
Depois de três anos não muito bem sucedidos no Colônia, Podolski foi para o Arsenal em 2012. Na Premier League, ele reencontrou a velha forma e, em 2014, ajudou o novo clube a ganhar a Copa da Inglaterra. "O lado bom de jogar na Inglaterra é: temos muitas semanas inglesas [na Alemanha, uma semana inglesa é aquela que tem jogos também no meio da semana]", disse Podolski, com um sorriso nos lábios.
Campeão do mundo
Podolski alcançou o ápice da sua carreira em 13 de julho de 2014, quando se tornou campeão do mundo com a seleção alemã. Ele jogou apenas 53 minutos no torneio disputado no Brasil, mas sua importância para o espírito de equipe daquele grupo foi bem maior.
Sobre coçar o saco
Podolski nunca perde o humor. Ele foi responsável pelo ponto alto em termos humorísticos da Eurocopa de 2016. Numa entrevista para a imprensa, defendeu o técnico Joachim Löw, que havia sido flagrado por uma câmera metendo a mão dentro da calça durante uma partida. "Oitenta porcento de vocês e eu damos uma acariciada no saco de vez em quando."
Cinco gols
Em 2015, Podolski trocou o Arsenal pela Inter de Milão e depois foi para o Galatasaray, de Istambul. Ele se tornou um dos ídolos dos torcedores do clube turco. Em janeiro, marcou cinco gols na vitória de 6 a 2 sobre o Akhisar Belediyespor, levando a torcida ao delírio. No meio do ano, Podolski vai jogar no Japão, no Vissel Kobe.
Poldi só existe um
Podolski é aquilo que se chama de uma figura – igual a ele, só ele. "Hoje parece que só querem jogadores comandados por computador, jogadores de catálogo", comentou o atleta de 31 anos. "Assim fica difícil aparecer uma figura. O que é uma pena, pois são essas figuras que fazem o futebol." Figuras únicas e inesquecíveis como ele: "Tschö, Poldi", como se diria no dialeto de Colônia.