Turismo na Europa: quem ganhou ou perdeu em 2016
Ataques em Bruxelas, Paris, Istambul e, mais recentemente, Berlim ofuscaram o turismo europeu. Assim, muitos visitantes se voltaram para destinos considerados mais seguros, trazendo algumas surpresas.
Islândia: estrela em ascensão
Nenhum outro país europeu conseguiu bater o aumento de 36% registrado no turismo na Islândia em 2016. Segundo a European Travel Commission, cerca de 1,7 milhão de estrangeiros visitaram a ilha, principalmente dos EUA e Ásia. Sem se deixar desmotivar pelos preços altos, eles foram recompensados com espetaculares paisagens de cachoeiras, geleiras e gêiseres.
Eslováquia: nova moda no Leste Europeu
Com 19%, este país do Leste Europeu ficou em segundo lugar em crescimento turístico em 2016 . A Eslováquia pode não oferecer praias ou clima mediterrâneo, mas muitos turistas foram atraídos por seus preços acessíveis, as montanhas dos Cárpatos e a parte histórica da capital Bratislava (foto).
Chipre: popular entre turistas russos
O turismo cresceu 19% neste país insular do Mediterrâneo, que assim dividiu a segunda colocação com a Eslováquia. O Chipre se beneficiou neste verão com o aumento de turistas russos, que evitaram a Turquia devido aos ataques terroristas e ao aumento das tensões entre Ancara e Moscou.
Bulgária: atração no Mar Negro
Mais barata que Ibiza, mais segura do que a Turquia: essa é a opinião de muitos turistas alemães e russos que optaram pelo litoral do Mar Negro. O turismo cresceu 13% neste país do Leste Europeu, garantindo-lhe o terceiro lugar na lista. Como os preços na Bulgária são mais baixos do que em outras nações europeias, sobra mais para gastar em boates e resorts.
Espanha: vitória em números absolutos
A taxa de crescimento do turismo na Espanha em 2016 foi de "apenas" 10%, bem menos do que a da Islândia e outros. Mas o número de visitantes estrangeiros manteve-se respeitável: cerca de 74 milhões, representando um novo recorde. O país oferece sol, mar, areia e, principalmente, segurança. As multidões nas praias de Maiorca são prova de que a Espanha é a vencedora do ano.
Reino Unido: moeda fraca traz vantagem
O número de visitantes começou a subir em consequência do voto dos britânicos a favor da saída do Reino Unido da União Europeia, em 23 de junho: a cotação da libra esterlina caiu drasticamente e, em apenas seis meses, o turismo cresceu 8%. E os turistas da Europa, Hong Kong e EUA fizeram a festa nas compras.
Grécia: balanço contraditório
Foi uma temporada difícil para esse país do Mediterrâneo, que registrou um leve crescimento de 1,5% no número de turistas estrangeiros. As ilhas de Creta, Corfu e Míconos continuam populares, mas, em contraste, o turismo caiu drasticamente nas localizadas no leste do Mar Egeu, afetadas pela crise migratória. A ilha de Lesbos teve uma queda de 63%, Chios, de 71%.
Turquia: perdedora do ano
A combinação de ataques terroristas e agitação política causou uma queda de 33% no número de turistas estrangeiros no país. Somente em agosto, a Turquia perdeu 74% dos visitantes russos e 34% dos alemães. Mas para os hotéis da Riviera Turca houve uma boa notícia: o número de turistas da Arábia Saudita cresceu.
Bélgica: prejudicada pelo terrorismo
Os ataques terroristas em Bruxelas também causaram a queda de 13% no número de visitantes na Bélgica. O turismo foi afetado não só na capital, mas também na pitoresca Bruges (foto), que geralmente atrai muitos visitantes. Para compensar, umas boas notícias: em novembro, a cerveja belga entrou na lista dos Patrimônios Culturais Imateriais da Humanidade.
França: eterna número um
Após os atentados terroristas em Paris e Nice, o turismo caiu cerca de 5,5% em nível nacional. Na capital, a redução foi de 16,6%, apesar do fluxo de espectadores da Eurocopa 2016. Ainda assim, com cerca de 80 milhões de turistas a França continua sendo o destino número um em todo o mundo. E, para garantir, o governo está preparando novas medidas de segurança totalizando 43 milhões de euros.
Alemanha: crescimento modesto
A Alemanha também foi alvo de terrorismo em 2016: em julho houve vários ataques na Baviera e, no final de dezembro, a tragédia na feira natalina em Berlim, causando 12 mortes. Apesar disso, o turismo nacional cresceu modesto 1,5%. Munique, Baviera, Heidelberg, Floresta Negra e a pulsante capital, Berlim, são especialmente populares entre os visitantes estrangeiros.