Turistas como alvos?
11 de março de 2003Em um cenário pré-guerra, ainda sob efeito dos ataques de onze de setembro, o turismo internacional sofre uma retração. O Ministério alemão das Relações Interiores adverte para perigos em pelo menos onze países. Reconhecendo a importância do tema, a Deutsche Welle, em conjunto com o jornal "Der Tagesspiegel", de Berlim, promoveu durante a ITB o simpósio "Turismo como alvo – será que o medo viajará junto?".
Pesquisas mostram que o item "segurança" atualmente encabeça a lista das preocupações dos turistas, tanto durante o transporte como no local de destino. Mas os participantes chegaram a apenas um acordo: lugar 100% seguro não existe em nenhum lugar do mundo. Segundo Klaus Laepple, da Confederação Alemã das Empresas de Turismo, alguns destinos são mais arriscados do que outros. "Não podemos dividir o mundo em bom e mau, seguro e perigoso. Mas claro que temos de observar com cuidado, onde certas coisas acontecem", disse.
Segurança até que ponto? -
Então veio a pergunta: até que ponto agências de viagem podem assegurar o bem-estar dos viajantes? Consensual entre os participantes foi a necessidade de oferecer destinos alternativos, como por exemplo o Caribe, em vez do Oriente Médio. Percebendo que a segurança dos turistas assume uma importância cada vez maior, algumas companhias estão nomeando encarregados de segurança.Prognósticos catastróficos não faltaram. Karl Born, professor de Gerenciamento de Turismo na cidade de Wernigerode, postulou a tese de que, no futuro, turistas passarão suas férias cada vez mais em "zonas fechadas de alta segurança". Ele considera que se deve abordar o tema terrorismo e perigos no lugar de férias com toda franqueza e, ao mesmo tempo, oferecer a maior segurança possível.
Khaula Saleh, diretora da redação árabe da Deutsche Welle, sugeriu uma outra receita para diminuir o medo: despertar maior compreensão para as diferenças culturais. Ela apelou à indústria do turismo para que promova maior contato entre turistas e nativos. Segundo ela, o erro é exatamente trancar os viajantes em guetos turísticos, sem contato com os habitantes locais.