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Turquia se prepara para receber grande onda de refugiados sírios

21 de setembro de 2014

Em apenas um dia, 70 mil sírios, principalmente de origem curda, fogem do "Estado Islâmico" e procuram refúgio na Turquia. ONU diz que esse número poderá chegar a centenas de milhares nos próximos dias.

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Syrische Flüchtlinge an der Grenze zur Türkei bei Suruc 20.09.2014
Foto: Getty Images/Afp/Bulent Kilic

Devido ao avanço da milícia terrorista "Estado Islâmico" (EI) no norte da Síria, a Turquia se prepara para uma grande onda de refugiados. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), somente desde sexta-feira (19/09) 70 mil pessoas, principalmente curdos, procuraram refúgio na Turquia.

"O Acnur está reforçando seus esforços de ajuda ao governo turco para auxiliar os cerca de 70 mil sírios que fugiram para a Turquia nas últimas 24 horas", adiantou a organização, em comunicado divulgado na noite de sábado. O órgão da ONU informou ainda que "o governo turco e o Acnur preparam-se para a possível chegada de centenas de milhares de refugiados nos próximos dias", enquanto os combates continuarem.

Na sexta-feira, a Turquia abriu suas fronteiras para os sírios que passaram a abandonar a localidade de Ayn al-Arab, cercada pelos combatentes do grupo extremista sunita EI. Segundo as Nações Unidas, Ayn al-Arab, a terceira maior cidade curda da Síria, havia sido relativamente poupada pelo conflito no país e chegou a servir de abrigo para cerca de 200 mil curdos deslocados.

No entanto, o recente aumento da atividade dos jihadistas do EI na região e o cerco que fizeram à cidade levaram muitos moradores a fugir, principalmente os curdos. Nos últimos dias, o EI conquistou mais de 60 vilarejos na área em torno de Ayn al-Arab.

O governo turco informou que o país já recebeu cerca de 1,3 milhão de refugiados da guerra civil na Síria. De acordo com a ONU, outros 1,8 milhão, em sua maioria refugiados iraquianos, estão à procura de abrigo na região autônoma curda no norte do Iraque.

Aliança global

Enquanto isso, os EUA ampliaram os bombardeios aéreos contra postos do "Estado Islâmico". Neste domingo, aviões teriam bombardeado o quartel-general do EI a oeste de Mossul, informou o site independente de notícias iraquiano Al-Sumaria News.

No sábado, testemunhas afirmaram que aviões americanos atacaram, pela primeira vez, postos da milícia terrorista em Mossul, no norte do Iraque. A cidade localizada a 400 quilômetros de Bagdá é um bastião do EI. Em junho, Mossul foi tomada pelos extremistas, que passaram, a partir dali, a conquistar outras partes do Iraque.

Até agora, os EUA haviam bombardeado somente a região em torno de Mossul. Na próxima semana, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Washington irá promover a criação de uma aliança global contra o "Estado Islâmico".

"Aqui não são os EUA contra o 'Estado Islâmico'", disse o presidente americano, Barack Obama, em discurso transmitido pelo rádio neste sábado. "Mas é o mundo contra o 'Estado Islâmico'".

CA/dpa/lusa