Tusk alerta contra influência de "forças antieuropeias"
5 de março de 2019O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reforçou nesta terça-feira (05/03) o apelo de Emmanuel Macron e alertou sobre a existência de supostas forças externas "antieuropeias" que pretendem influenciar o resultado das eleições parlamentares da União Europeia (UE), marcadas para maio.
"Há forças externas antieuropeias que procuram, abertamente ou secretamente, influenciar as escolhas democráticas dos europeus", afirmou Tusk numa coletiva de imprensa em Bruxelas. Para reforçar seu argumento, o presidente deu como exemplo o referendo em que foi aprovado o Brexit, a saída do Reino Unido da UE.
Tusk pediu ainda aos eleitores que rejeitem partidos eurocéticos. "Não permitam que partidos políticos que são financiados por forças externas, hostis à Europa, decidam as prioridades da União Europeia e da nova liderança das instituições europeias", destacou Tusk.
Em toda a União Europeia, partidos eurocéticos ganharam força nos últimos anos, principalmente, após a crise migratória de 2015. Nacionalistas de direita assumiram o poder na Polônia e Hungria, além de fazerem parte dos governos da Áustria e Itália.
Tusk elogiou também algumas das reformas propostas pelo presidente francês, num artigo publicado nesta terça-feira em jornais dos 28 países do bloco europeu. No texto, Macron criticou o nacionalismo e pediu reformas amplas em áreas como economia, meio ambiente e na proteção aos cidadãos.
Entre as propostas estão a criação de uma nova agência europeia para a proteção da democracia, com o objetivo de defender o bloco de ataques cibernéticos e propagandas voltadas para prejudicar eleições, e o estabelecimentos de órgãos para cuidar de fronteiras e questões de segurança alimentar.
"Não podemos esperar pelo renascimento da Europa. O renascimento da Europa deve começar agora", endossou Tusk.
A preocupação quanto à ingerência de forças externas, principalmente por parte da Rússia, nas próximas eleições do bloco levou a Comissão Europeia a projetar um plano de ação, apresentado em dezembro, contra a desinformação.
Os europeus vão às urnas entre 23 e 26 de maio para eleger os 705 novos membros do Parlamento Europeu, que ajudarão a formular leis da UE e escolherão o sucessor de Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, braço executivo do bloco.
Pesquisas de opinião mostram que os populistas eurocéticos podem aumentar sua participação no Parlamento, porém, grupos políticos tradicionais devem manter sua maioria, embora com crescentes sinais de fragmentação.
CN/lusa/afp/rtr
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