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Tóquio 2020 é edição com mais atletas abertamente LGBTQ

25 de julho de 2021

Mais de 160 competidores dos Jogos na capital japonesa se declararam publicamente homossexuais, bissexuais, transgêneros ou não binários, segundo contagem do site Outsports. Grande maioria é mulher.

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Marta, estrela do futebol, e Douglas Souza, jogador de vôlei
Marta e Douglas Souza estão entre os atletas brasileiros abertamente homossexuais em TóquioFoto: Andre Penner/AP Photo/picture alliance/Toru Hanai/Getty Images

Os Jogos de Tóquio são a edição olímpica com o maior número de atletas que se declararam publicamente LGBTQs, segundo um levantamento do site Outsports.

O portal, especializado em notícias esportivas voltadas ao público LGBTQ, listou neste domingo (25/07) ao menos 166 atletas abertamente gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, transgêneros e/ou não binários competindo na capital japonesa.

O número, segundo o site, é quase o triplo do registrado nos Jogos do Rio em 2016 e faz de Tóquio 2020 a edição olímpica com a maior representatividade da história. Há quatro anos, o Outsports contou 56 atletas que haviam se declarado publicamente LGBTQs à época do torneio, enquanto nos Jogos de Londres, em 2012, foram 23.

"O grande aumento no número de atletas 'fora do armário' reflete a crescente aceitação das pessoas LGBTQ nos esportes e na sociedade. O surgimento das mídias sociais, especialmente o Instagram, deu aos atletas um fórum onde eles podem viver suas vidas abertamente e se identificar diretamente com seus seguidores", afirma o portal.

Ao menos 27 países estão representados por pelo menos um competidor abertamente LGBTQ em Tóquio, que é também a primeira edição olímpica a contar com atletas transgêneros. Ao todo, os 166 atletas competem em 30  modalidades.

Os Estados Unidos são o país com o maior número de atletas abertamente homossexuais, bissexuais, transexuais, transgêneros e/ou não binários da lista, com 30 competidores. Em seguida vêm Canadá (17), Reino Unido (16), Holanda (16), Brasil (14), Austrália (12) e Nova Zelândia (10).

Entre os brasileiros aparecem a estrela de futebol Marta, cuja foto estampa o artigo do Outsports, e suas colegas de time Andressa Alves, Bárbara Barbosa, Formiga, Letícia Izidoro e Aline Reis. Marta vem dedicando seus gols em Tóquio à sua noiva, a também jogadora de futebol Toni Deion Pressley, e falou abertamente sobre a homenagem em entrevistas na televisão.

Formiga, por sua vez, em entrevista coletiva na última sexta-feira, falou sobre a importância de se trazer a homossexualidade a público. "A gente representa milhões de pessoas, e é importante sair do armário e quebrar barreiras", afirmou a jogadora. "Fico feliz que minha esposa [Erica Jesus] fale na TV, que a Marta se posicione e que a Cristiane [Rozeira], com seu filhão, faça o mesmo. Dessa forma a gente vai conquistando respeito. Respeito é tudo, não só como atleta, mas como ser humano."

O único homem na lista brasileira é o jogador de vôlei Douglas Souza, que se tornou sensação nas redes sociais ao mostrar com bom humor os bastidores dos Jogos e o cotidiano da equipe olímpica.

O Outsports lista ainda as brasileiras Ana Carolina (vôlei), Babi Arenhart (handebol), Silvana Lima (surfe), Ana Marcela Cunha (natação), Izabela da Silva (atletismo) e Isadora Cerullo (rugby). Nos Jogos do Rio em 2016, Cerullo foi pedida em casamento durante a cerimônia de entrega de medalhas por Marjorie Enya, que trabalhava no comitê organizador do torneio. Elas estão casadas há quatro anos.

A nível mundial, as mulheres também superam os homens na lista de atletas abertamente LGBTQ por uma proporção de oito para um. Somente o futebol feminino soma mais de 40 jogadoras.

O site inclui em sua contagem os atletas que já se manifestaram sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero à imprensa, ou fizeram postagens públicas nas redes sociais.

O Outsports frisa, contudo, que o número de atletas LGBTQ nos Jogos Olímpicos deve ser ainda maior, especialmente entre os não americanos, uma vez que o site é baseado nos EUA. A contagem também não inclui atletas paralímpicos, que serão contabilizados separadamente, e demais membros das delegações, como técnicos e treinadores.

ek (ots)