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"Túmulo de Jesus" restaurado é apresentado em Jerusalém

22 de março de 2017

Durante décadas discordâncias entre diferentes confissões impediram obras em edícula que se acredita abrigar sepultura, na Igreja do Santo Sepulcro. Segundo líderes religiosos, reabertura é um presente para a humanidade.

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Túmulo de Jesus na Igreja do Santo Sepulcro
Túmulo de Jesus na Igreja do Santo Sepulcro atrai centenas de milhares de visitantes à parte histórica de JerusalémFoto: Getty Images/AFP/T. Coex

O recém-restaurado santuário que abriga aquele que se crê ser o túmulo de Jesus Cristo, em Jerusalém, foi apresentado nesta quarta-feira (22/03), após meses de delicados trabalhos, e a tempo de receber os visitantes para a Páscoa.

Líderes religiosos em trajes tradicionais, entre os quais o patriarca ortodoxo de Constantinopla Bartolomeu 1º, participaram da cerimônia ecumênica diante da elaborada edícula. Com sua cúpula em forma de cebola, a pequena capela em cujo interior a sepultura sagrada se encontra, sob uma placa de mármore, foi erguida em 1810.

Erigida no século 12, a Igreja do Santo Sepulcro, na parte histórica de Jerusalém, conta entre os locais mais sagrados da cristandade. Lá Jesus haveria sido crucificado e sepultado, para depois ressuscitar – razão por que os cristãos ortodoxos a denominam Anastasis, Igreja da Ressurreição. Centenas de milhares de fiéis e turistas peregrinam todos os anos até a edificação composta de numerosas pequenas capelas, igrejas e anexos.

Agora anjos pairam sobre a entrada e uma figura do Cristo se alça aos céus, acima da qual estão gravados salmos e preces.

"Este é um momento único para a cristandade", comentou Antonia Moropoulou, diretora dos trabalhos de restauração. O patriarca ortodoxo grego Teófilo 3º de Jerusalém definiu a reabertura como "um presente não só para nossa Terra Santa, mas para todo o mundo".

Sob esta placa de mármore, segundo a tradição, se encontra a sepultura de Jesus
Sob esta placa de mármore, segundo a tradição, se encontra a sepultura de JesusFoto: Reuters/R. Zvulun

Polêmicas religiosas postergaram obras

Em 1947, a capela foi reforçada com traves de aço, por ordens das autoridades do Mandato Britânico, a fim de conter os efeitos do terremoto de Jericó de 1927 e evitar o desabamento.

Igreja do Santo Sepulcro em restauração

Nas décadas seguintes a umidade e o calor das velas seguiram prejudicando o edifício. No entanto não se realizou mais nenhuma obra, pois as diversas confissões religiosas envolvidas – tanto grego-ortodoxa, armênio-ortodoxa e católica ocidental como cristãos coptas, sírios e ortodoxos etíopes – não conseguiam acordar sobre um plano comum para a restauração.

Em março de 2016, por fim, em negociações altamente confidenciais em Atenas, importantes representantes das Igrejas Ortodoxa Grega, Armênia Apostólica e Católica decidiram sobre o inicio dos trabalhos de manutenção da Capela do Santo Sepulcro.

Além das Igrejas, o empreendimento com custo total de 3,7 milhões de dólares, contou com numerosos patrocinadores, sobretudo da Grécia e da Rússia. O rei Adullah 2º da Jordânia contribuiu pessoalmente com 100 mil dólares.

Como parte das obras, em 26 de outubro de 2016 a placa de mármore sobre o túmulo foi retirada por 60 horas, pela primeira vez em 200 anos e a terceira em toda história. A operação visou a inspeção da superfície rochosa onde, segundo a tradição, o corpo de Jesus teria sido depositado.

AV/afp/kna/dpa/efe