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Ucrânia posterga retirada de armas pesadas

23 de fevereiro de 2015

Governo em Kiev afirma que acordo para criação de zona neutra na região de conflito precisa primeiramente ser respeitado pelos rebeldes. Separatistas devolvem acusação e dizem que militares ucranianos violam cessar-fogo.

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Ukrainische Soldaten in der Ostukraine
Foto: Reuters/G. Garanich

O governo da Ucrânia afirmou nesta segunda-feira (23/02) que postergou temporariamente a retirada de armas pesadas das zonas de conflito no país, em desacordo com o que havia sido acertado no acordo firmado em Minsk. O governo acusa os rebeldes separatistas de continuarem violando o cessar-fogo.

"Enquanto os rebeldes continuarem atirando contra nossos soldados, não podemos falar em retiradas de armas pesadas", declarou o ministro da Defesa, Vladislav Seleznov, em Kiev, citado pela mídia local. Seleznov destacou ainda que o cessar-fogo deve ser obedecido por pelo menos 24 horas para que a retirada das armas passe a ser feita.

No dia 12 de fevereiro, governo e rebeldes concordaram em suspender as hostilidades e retirar armas pesadas para uma faixa de até 70 quilômetros distante da linha de confronto, a fim de criar uma zona intermediária neutra. A retirada começaria três dias depois. O acordo foi acertado em Minsk, com a mediação de Alemanha, França e Rússia.

Após uma semana sem resultados práticos, a Ucrânia havia voltado a se comprometer com a retirada de armas e tropas a partir deste domingo, após nova agenda estabelecida juntamente com líderes separatistas e militares russos para acabar com a violência no leste do país.

Troca de acusações

O Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia afirmou nesta segunda-feira que dois soldados foram mortos e dez ficaram feridos em confrontos nas últimas 24 horas. Segundo o órgão, os separatistas atacaram as forças ucranianas 27 vezes neste mesmo período.

Os rebeldes negaram a acusação, afirmando que as forças do governo violaram o cessar-fogo 29 vezes.

Neste domingo, pelo menos três pessoas morreram e 15 ficaram feridas na explosão de uma bomba na Carcóvia durante uma marcha para comemorar o primeiro aniversário da revolução que derrubou o ex-presidente Viktor Yanukovytch. A cidade no leste ucraniano fica a 200 quilômetros da zona de combates e encontra-se sob controle de Kiev.

Segundo o Conselho de Segurança, a explosão seria uma demonstração de que os separatistas querem estender sua atividade para além dos territórios que já se encontram sob seu controle.

Nesta segunda-feira, a Alemanha declarou estar preocupada com o atraso na implementação do cessar-fogo. "Esperamos que a Rússia faça uso de sua considerável influência sobre os separatistas para fazer valer o cessar-fogo", declarou o porta-voz do governo alemão, em Berlim.

MSB/dpa/ap