UE ameaça suspender ajuda financeira à Palestina
10 de março de 2006A União Européia ameaça suspender a ajuda financeira à Autoridade Palestina, caso o futuro governo liderado pelo grupo extremista Hamas não renuncie à violência, reconheça a existência do Estado de Israel e respeite os acordos de paz no Oriente Médio.
A postura do novo governo palestino é "absolutamente decisiva" para a manutenção da ajuda, disse a Comissária de Relações Exteriores da UE, Benita Ferrero-Waldner, após um encontro informal com seus colegas de pasta dos 25 países do bloco, nesta sexta-feira (10/03), em Salzburg, na Áustria.
"Queremos continuar sendo parceiros confiáveis do povo palestino, mas não vamos ceder em nossos princípios", acrescentou. Ela disse que a UE espera um governo palestino capaz de reagir à nova situação. "A recente troca de farpas entre palestinos e israelenses complicou, mas não tornou impossível o processo de paz no Oriente Médio", disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmaier.
Após a vitória eleitoral do Hamas, a UE ainda liberou 120 milhões de euros para a Autoridade Palestina. Esse dinheiro ainda será usado pelo atual governo, liderado pelo Fatah – partido do presidente palestino Mahmoud Abbas. Assim que o Hamas, vencedor das eleições de 25 de janeiro passado, tiver formando o novo gabinete, a ajuda financeira será reavaliada, advertiu Ferrero-Waldner.
O Hamas é acusado de haver planejado quase 60 atentados suicidas contra israelenses desde o começo de um levante palestino em 2000. Nesta sexta-feira, Ismail Hanieyh, escolhido para ser o próximo primeiro-ministro palestino, disse que o grupo havia apresentado um plano de governo a Abbas, mas não revelou detalhes.