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Europa repensa

23 de agosto de 2007

Como as negociações sobre o status da província sérvia do Kosovo não progridem, o Grupo de Contato aconselha a União Européia a tomar iniciativa, mesmo sem a ONU.

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Museu Nacional e antiga mesquita em Pristina, capital do KosovoFoto: DW/ Pandeli Pani

A União Européia está disposta a assumir um papel de destaque na solução do impasse do Kosovo, segundo ressaltou o chanceler Luís Amado, de Portugal, país na presidência da comunidade neste semestre. "Estamos na Europa", declarou Amado, após um encontro com autoridades européias. "A UE tem uma responsabilidade importante em tratar dessa situação."

O Grupo de Contato para o Kosovo advertiu do risco de um "conflito sangrento e desestabilizador", caso a UE não reconheça a independência da província ao sul da Sérvia, mesmo sem uma resolução da ONU. Até agora, a União Européia recusou qualquer iniciativa unilateral sem o respaldo das Nações Unidas.

"Quanto mais cedo, melhor"

"A UE tem uma bomba-relógio no próprio quintal", declarou Alexander Anderson, participante do Grupo de Contato, após visita à capital do Kosovo, Pristina. "Quanto mais cedo a UE, ou a maioria dos países da comunidade, concordar em apoiar um Kosovo independente, maiores são as chances de prevenir uma catástrofe", declarou Anderson.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, discutiu a questão do status do Kosovo com o primeiro-ministro húngaro, Ferenc Gyurscany, durante sua visita a Budapeste, na terça-feira (22/08).

"Se a UE quiser desempenhar um papel ativo nos processos globais, deveria ser capaz de enfrentar os desafios em sua própria região", comentou Gyurscany, que pretende encontrar o premiê sérvio, Vojislav Kostunica, no próximo mês.

Possível racha

Como última alternativa, o Kosovo teria que ser dividido, com o norte – habitado sobretudo por sérvios – se mantendo território da Sérvia. Isso faz parte das cogitações do Grupo de Contato para o Kosovo. No entanto, com o apoio da Rússia, a Sérvia rejeita categoricamente tanto a independência como a divisão da província.

Os albaneses, que representam 90% da população do Kosovo, insistem na independência, uma solução também favorecida pelos Estados Unidos e pela União Européia.

A Rússia, a UE e os EUA iniciaram os 120 dias de negociação sobre o futuro da província sérvia no dia 10 de agosto. Essa tróica foi composta após o Conselho de Segurança da ONU ter rejeitado o relatório de seu mediador para o Kosovo, Martti Ahtisaari, recomendando – em vez disso – uma independência monitorada para a província.

O próximo encontro da tróica está marcado para 30 de agosto; as Nações Unidas se ocuparão da questão em 10 de dezembro. O Kosovo é administrado pela ONU desde 1999, quando a intervenção da Otan privou a Sérvia do controle sobre a província. (kjb / sm)