UE concorda em endurecer sanções contra Belarus
22 de junho de 2021Os ministros das Relações Exteriores dos países da União Europeia aumentaram nesta segunda-feira (21/06) a pressão sobre o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, ao aprovarem sanções mais duras contra entidades que apoiam o seu regime, afirmaram diplomatas.
O acordo foi alcançado em uma reunião em Luxemburgo, após semanas de negociações sobre quais atores econômicos deveriam ser atingidos. As medidas punitivas ainda precisam ser formalmente adotadas.
As sanções têm o objetivo de atingir fontes de renda que beneficiam o regime de Belarus, como as exportações de fertilizantes de potássio, a indústria do tabaco, os produtos petrolíferos e petroquímicos e o setor financeiro, disseram os diplomatas à agência de notícias AFP.
Em maio, autoridades de Belarus desviaram um voo da Ryanair para prender o jornalista belarusso Roman Protasevich, provocando indignação internacional.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, foi um dos que pediram sanções mais amplas contra Minsk após o episódio do pouso forçado do voo da Ryanair. "Penso que sanções adicionais contra Belarus são inevitáveis", disse Mass ao jornal alemão Die Welt.
Os ministros reunidos em Luxemburgo também discutem incluir mais 80 indivíduos e entidades em uma lista de congelamento de bens e de restrição de entrada em países da UE.
Sinal "poderoso"
A líder da oposição de Belarus, Sviatlana Tsikhanouskaya, celebrou o sinal "poderoso" que as novas sanções representam e disse que elas "irão influenciar o regime, que terá de procurar dialogar com a sociedade civil".
Tsikhanouskaya acrescentou que a prioridade para ela era a libertação de cerca de 3.000 presos políticos, incluindo o seu marido Sergei Tsikhanousky, que foi candidato da oposição contra Lukashenko antes de ser preso no ano passado.
Os EUA, Canadá e Reino Unido também impuseram novas sanções a Belarus em coordenação com a UE. Washington puniu na segunda-feira dezenas de funcionários do governo de Belarus, congelando os seus bens e proibindo as suas viagens aos EUA.
Os ministérios das Relações Exteriores do Reino Unido e do Canadá impuseram medidas semelhantes aos funcionários e entidades de Belarus devido a preocupações com os direitos humanos.
Conhecido como o último ditador da Europa, Lukashenko comanda a nação de 9,3 milhões de habitantes com mão de ferro há mais de um quarto de século. As eleições de 2020 garantiram um sexto mandato ao presidente, mas a oposição e alguns funcionários eleitorais afirmam que o voto foi manipulado. A União Europeia não reconheceu a validade do pleito.
Meses de protestos se seguiram, representando o mais forte desafio enfrentado por Lukashenko desde que ele assumiu o poder em 1994, após o fim da União Soviética. As autoridades belarussas promoveram uma repressão violenta contra as manifestações, com milhares de pessoas detidas e vários relatos de brutalidade policial e tortura.
bl (AFP, DW)