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UE decide ampliar sanções à Rússia, mas se divide sobre embargo de armas

22 de julho de 2014

Bloco europeu, porém, não chega a consenso sobre medidas imediatas contra o governo Putin. Reunião fracassa também ao não conseguir convencer a França a cancelar um acordo militar com o Kremlin.

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Os chanceleres belga, Didier Reynders (e.), e grego, Evangelos Venizelos, na reunião em BruxelasFoto: picture-alliance/dpa

Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia concordaram nesta terça-feira (22/07) em ampliar as sanções contra a Rússia por conta da crise na Ucrânia, além de acelerar o debate para retaliações mais duras contra Moscou.

O bloco, porém, não conseguiu acertar medidas imediatas contra o governo Vladimir Putin e a reunião fracassou ao não conseguir convencer a França a cancelar um acordo militar com o Kremlin.

Reunidos em Bruxelas, os 28 chanceleres decidiram aumentar a lista de indivíduos e entidades afetados por sanções do bloco – no momento, 72 russos e ucranianos pró-Rússia estão nessa lista. Entre as restrições impostas estão o congelamento de bens e a proibição de vistos.

De acordo com a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, essa nova lista será divulgada na quinta-feira, quando enviados do bloco voltarão a discutir o tema.

A UE ainda estuda sanções adicionais que afetariam serviços financeiros e os setores de tecnologia e energia da Rússia caso o Kremlin não coopere com as investigações internacionais sobre a queda do avião da Malaysia Airlines, no leste da Ucrânia, na semana passada.

"Decidimos encarregar a Comissão Europeia de estudar várias medidas potenciais em campos distintos, entre eles o de defesa, produtos tecnológicos – incluídos no setor energético – e serviços financeiros", disse o chanceler holandês, Frans Timmermans.

EU-Außenministertreffen in Brüssel 22.07.2014
Chanceleres da Croácia, Holanda e Bélgica após reuniãoFoto: picture-alliance/dpa

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, disse que as atitudes na Europa mudaram “fundamentalmente” desde o desastre do voo MH17, que levava 298 pessoas a bordo, das quais cerca de dois terços eram holandesas.

Em Bruxelas, a reunião dos ministros começou com um minuto de silêncio em respeito às vítimas do desastre aéreo.

Os EUA dizem que o avião da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil disparado de um território no leste da Ucrânia controlado por separatistas pró-Rússia. Moscou, no entanto, nega envolvimento no caso.

Embargo de armas

Durante a reunião, muitos dos chanceleres presentes pediram que um embargo de armas fosse imposto à Rússia para tentar conter o fluxo de material bélico que alimenta o conflito.

Um consenso entre os países-membro da UE, entretanto, parece estar longe de ser atingido. As diferenças entre Reino Unido e França foram expostas na segunda-feira quando o presidente francês, François Hollande, se negou a cancelar um acordo militar com a Rússia.

Apesar dos apelos do premiê britânico, David Cameron, Hollande disse que Paris entregará um porta-helicópteros a Moscou. O líder francês, porém, disse que a entrega de um navio de guerra previsto em um contrato assinado entre os dois países em 2011 dependerá da atitude da Rússia.

A presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, comparou a posição francesa a situação da Alemanha nazista na década de 30.

"Se Estados europeus continuarem a agir de maneira tão indecisa, este será um convite direto para o agressor ser ainda mais agressivo e seguir em frente", disse Grybauskaite. "Em 1930, o nazismo não foi interrompido e agora o chauvinismo agressivo da Rússia também não é interrompido e isso resulta no ataque contra um avião civil."

RM/afp/rtr/dpa