UE defende eleições na Venezuela
15 de maio de 2017Os ministros do Exterior da União Europeia (UE) fizeram um apelo nesta segunda-feira (15/05) pelo fim da violência na Venezuela, solicitando, entre outras ações, a realização de novas eleições no país.
Segundo declararam os políticos europeus em comunicado conjunto, os últimos dez meses de esforços contra a crise no país latino-americano foram de "estagnação". Por isso, clamaram pela definição de um calendário eleitoral "para que o povo possa expressar sua vontade de forma democrática".
Os ministros, reunidos em Bruxelas, convocaram ainda um "diálogo urgente, construtivo e eficaz entre o governo e a maioria parlamentar", dominada pela oposição ao presidente Nicolás Maduro, a fim de superar a crise política que assola o país, que enfrenta ainda uma grave crise econômica.
Referindo-se à recente onda de protestos violentos, os ministros pediram respeito pelos direitos fundamentais dos venezuelanos, "incluindo o direito de se manifestar pacificamente". "A violência e o uso da força não resolverão a crise. É crucial que todas as partes se abstenham de atos violentos."
As crises política e econômica que atormentam a Venezuela têm levado manifestantes às ruas em todo o país contra o governo Maduro. Desde o início de abril, 39 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em confrontos entre policiais e manifestantes. Há ainda dezenas de opositores detidos – segundo organizações de direitos humanos, muitos civis foram julgadas em tribunais militares.
No texto divulgado nesta segunda-feira, os ministros do bloco europeu pedem que o governo investigue "todos os incidentes violentos" ocorridos nas últimas semanas, bem como liberte os presos políticos. Eles lembram ainda que "julgar civis em tribunais militares viola a lei internacional", além de expressar preocupação com o aumento da presença de grupos civis armados nos embates.
Por fim, os políticos destacaram que a UE "está comprometida em ajudar a Venezuela a encontrar soluções pacíficas e democráticas" e também está "pronta para usar todos os instrumentos possíveis a fim de ajudar" na solução da crise no país, onde vivem mais de 600 mil cidadãos europeus.
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