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UE e EUA minimizam vazamento sobre TTIP

3 de maio de 2016

Acordo de livre comércio não vai diminuir a proteção do consumidor nem padrões ambientais na Europa, afirmam negociadores. UE vê "tempestade em copo d'água", e Casa Branca diz que não haverá influência nas negociações.

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Protesto contra o TTIP na Alemanha
Protesto contra o TTIP na AlemanhaFoto: picture-alliance/dpa/F. von Erichsen

Sala de leitura expõe negociação entre UE e EUA

A União Europeia (UE) e os Estados Unidos negaram as acusações de que o acordo de livre comércio e investimentos que estão negociando vá diminuir a proteção do consumidor na Europa, argumentando que documentos "vazados" pelo Greenpeace não refletem o acordo final.

O grupo ambientalista publicou nesta segunda-feira (02/05) 248 páginas de documentos confidenciais sobre a Parceria Transatlântica de Livre Comércio e Investimento (TTIP), afirmando que eles expõem os esforços dos Estados Unidos para que a União Europeia relaxe seus padrões de proteção ambiental e do consumidor.

Se concluído, o TTIP criará a maior área de livre comércio do mundo, com 800 milhões de pessoas. Críticos na Europa temem que o acordo possa reduzir padrões de proteção e elevar o poder de grandes corporações. A grande novidade do "vazamento" é que ele revela, pela primeira vez, as posições de Washington em pontos concretos, pois a UE já havia publicado as suas.

"Tempestade em copo d'água"

A Comissão Europeia considerou "exagerada" a atenção dada aos documentos "vazados" e voltou a garantir que um eventual acordo respeitará as normas de proteção sanitária e ambiental da União Europeia.

A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, afirmou que se trata de uma "tempestade em copo d'água". Ela disse que os documentos apenas mostram diferentes posições nas negociações e não refletem o acordo final. "Em áreas onde estamos muito distantes nas negociações simplesmente não haverá acordo", afirmou.

"Nenhum acordo comercial da UE vai rebaixar o nosso nível de proteção de consumidores, de segurança alimentar ou ambiental. Os acordos comerciais não mudarão nossas normas sobre organismos geneticamente modificados, sobre como produzir uma carne segura ou como proteger o meio ambiente", afirmou Malmström, em referência a alguns dos pontos mais delicados para os europeus.

Sem influência nas negociações

Do lado americano, o US Trade Representative (USTR), que lidera as negociações com a União Europeia, afirmou que o TTIP "vai preservar e não minar os nossos elevados padrões de consumidor, saúde e meio ambiente e vai posicionar os Estados Unidos e a União Europeia para trabalhar juntos para elevar os padrões em todo o mundo".

Segundo o USTR, "as interpretações dadas a esses textos parecem ser confusas no melhor dos casos ou propositalmente errôneas no pior".

A administração do presidente Barack Obama tenta concluir as negociações antes do final do segundo mandato, em janeiro do ano que vem. A Casa Branca afirmou que não está preocupada com esse "suposto vazamento" e que o caso não deverá influenciar as negociações.

AS/dpa/efe