Lâmpadas incandescentes
30 de agosto de 2011O processo de banimento das lâmpadas incandescentes determinado pela União Europeia (UE) chegará à sua terceira etapa nesta quinta-feira (01/09). Depois de proibidas a fabricação e a comercialização das lâmpadas de 100 watts ou mais, em 2009, e de 75 watts, em 2010, chega a vez das de 60 watts. O objetivo da medida é economizar energia e preservar o meio ambiente.
A partir de setembro de 2012 serão banidas ainda as lâmpadas incandescentes de 10 watts ou mais. E, dentro de cinco anos, em 2016, boa parte das lâmpadas de halogênio – menos eficientes que as fluorescentes – também serão afetadas pela regulação.
Lâmpadas convencionais são consideradas um desperdício de energia. Da energia elétrica fornecida para uma lâmpada incandescente, apenas cerca de 5% são transformados em luz – o restante é liberado em forma de calor. Por isso, é recomendado que a população adote nas residências lâmpadas econômicas, ou seja, as fluorescentes ou de LED.
A regulação da UE não proíbe nenhum tipo de lâmpadas, mas estabelece exigências de eficiência e adequação. Como as lâmpadas convencionais não atendem a esses requisitos, deverão desaparecer gradualmente do mercado.
Economia energética e financeira
De acordo com dados do Departamento Federal de Meio Ambiente da Alemanha, as lâmpadas econômicas transformam 25% da energia que recebem em luz, ou seja, têm um rendimento muito superior ao das convencionais. O volume de economia de energia é estimado em cerca de três quartos.
Segundo a Fundação Warentest – instituição alemã que testa produtos –, uma família de três pessoas economizaria cerca de 150 euros por ano trocando as lâmpadas da casa por econômicas. No caso de uma pessoa solteira, 60 euros. Ainda de acordo com o órgão, a substituição de todas as lâmpadas domésticas reduziria em cerca de 4 milhões de toneladas a emissão anual de dióxido de carbono na Alemanha.
Além disso, a longevidade das lâmpadas econômicas é maior. Enquanto uma lâmpada comum queima em média por mil horas, especialistas estimam que a vida útil de uma econômica varie de 1500 a 15 mil horas, dependendo do preço e da qualidade. Acender e apagar a luz com muita frequência pode encurtar esse período.
Oposição
Críticos afirmam que a regulamentação da UE não trará nenhum efeito real em termos de proteção ambiental e que muitas famílias não substituirão suas lâmpadas.
Enquanto isso, nesta segunda-feira (29/08), três dias antes da proibição formal das lâmpadas de 60 watts, a Associação Federal de Consumidores (VZBV, na sigla em alemão) pediu por um sistema de recolha de lâmpadas mais simples. As associações de consumidores dos estados da Renânia do Norte-Vestfália e da Saxônia afirmaram que o comércio e os depósitos de reciclagem não haviam informado suficientemente os consumidores sobre as opções de descarte.
"O governo federal precisa regulamentar a recolha", pediu o especialista em energia da VZBV Holger Krawinkel. Para ele, o comércio deveria comprometer-se com a retirada das lâmpadas e os municípios deveriam aumentar o número de locais de coleta.
Apesar de econômicas, as novas lâmpadas oferecem riscos ao meio ambiente por conterem mercúrio. Por isso, não podem ser descartadas no lixo comum. Há 2200 postos de coleta espalhados pela Alemanha. Destes, 725 estão espalhados no comércio e os demais, pelos municípios.
Pelo mundo
Os Estados Unidos também decidiram, no final de 2007, abolir as lâmpadas incandescentes até 2014. Primeiro, serão eliminadas as lâmpadas de 100 watts, em 2012, e, numa segunda etapa, as de 40 watts. Em 2014, todas as lâmpadas deverão ser de 25% a 30% mais eficientes energeticamente do que as atuais; até 2020, o número deve alcançar os 70%.
Na Índia, assim como em diversos outros países, lâmpadas comuns ainda estão disponíveis em todas as potências. Entretanto, o governo indiano estabeleceu como objetivo substituir 400 milhões de lâmpadas incandescentes convencionais por econômicas até 2012.
No Brasil, uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) publicada em 6 de janeiro de 2011 determinou algo semelhante à regulação da UE. A partir de 2016, somente alguns modelos específicos de lâmpadas incandescentes poderão ser fabricados e comercializados no Brasil, entre eles os de bulbo inferior a 45 milímetros de diâmetro e com potências iguais ou inferiores a 40 watts e os utilizados na sinalização de trânsito.
LPF/dpa/dapd
Revisão: Roselaine Wandscheer